Blog do Paullo Di Castro


quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Espetáculo para boi dormir

A única coisa que tirei um descanso de feriado foi desse blog, hehe. No restante muita ralação, um carnaval como nunca tive, tendo que me virar nos trinta para cumprir tudo o que tinha como propósito.
Lá se foi "o maior espetáculo da terra", como é aclamado o desfile das escolas de samba do Rio de Janeiro. O ano inteiro dedicado para colocar muita purpurina na avenida, destacar as celebridades e deixar aquilo que veio dos morros como uma autêntica festa para a alta sociedade.
Não tenho propriedade para discorrer sobre as festas de carnaval, é um assunto que evito acompanhar, não aprecio ver nada que o envolva, e muito menos aprovo a gastança pública para uma festa pervertida por natureza.
O Ministério da Saúde derrama camisinhas para a galera se divertir à vontade. Se é para se entregar literalmente de corpo e alma, melhor que o façam com segurança.
Que ironia pensar em uma enchurrada de proteção acompanhada de um empurrão para a promiscuidade! Não quero bancar o moralista quadradão, mas é incrível o número de adolescentes grávidas durante esse período, e, principalmente, o aumento de doenças sexualmente transmíssíveis. Se é para liberar geral, as desgraças sociais vão junto na folia.
O governo dá incentivos para o carnaval acontecer, patrocinam sempre para que sua cidade esteja em destaque na mídia e atraia muitos foliões-iscas de consumismo. O tal do abadá tem um preço restritíssimo, tem gente que parcela o ano inteiro para conseguir pular por quatro dias dentro de corrente dos abonados, e de preferência, trocar cuspes com quantas bocas conseguir.
Mas a fonte monetária do carnaval não é de total transparência, muitos meios ilícitos correm para bancar a festa do rei Momo: Tráfico de drogas, contrabando, alienação de bens. Já ouvi isso de gente que trabalha lá dentro.
Goiânia tem um carnaval fraquíssimo, acho ótimo. Nesse ano fecharam a avenida Araguaia, uma das mais movimentadas do centro por cerca de cinco dias. Tudo para fazer passear de oito a dez grupos, e pagarem o mico de montarem uma arquibancada móvel, e depois dispensar o pessoal de seu uso, porque a mesma não oferecia condições adequadas de segurança. Obrigando as testemunhas (umas mil pessoas, se comparado aos milhões de Rio, São Paulo, Recife, etc...), a assistirem as apresentações de pé e na chuva! Pensa num programa de índio!
O que gosto mesmo é curtir um bom acampamento, para estar imergido dentro dos meus conceitos e valores cristãos, e esquecer do pau quebrando lá fora. Cada um escolhe como passar seu tempo, para mim o que vale é terminar o feriado no gozo de minha saúde, sem ressaca alcoolica, sargeta, ou coisa para quem gosta de se rebaixar.

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Recesso...

Estou no trampo entre minha estata no acampamento de minha igreja. Não escreverei hoje, mas indico-lhes o artigo do Pastor Antônio Paulo, o "Tonhão" no outro blog ao qual escrevo:
http://papodeestudante.blogspot.com/2009/02/quarta-feira-de-cinzas-vai-chegar-e.html

Vale a pena ler essa reflexão!

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Era uma vez em Goiânia


Mais uma postagem de revolta, estava tão grilado que nem postei no horário de sempre, estava pingando de sono na hora em que destinei para escrever o artigo, aí preferi ir dormir, porquer ia ganhar bem mais com isso, aproveitando cada minuto das 5 horas de sono que disponho normalmente.

Gastei um suado dinheirinho para me animar a ir assistir um concerto de rock como a muito não tinha em minha cidade. Depois de Deep Purple, Scorpions e Megatheth, mais uma power banda de som pesado era anunciada na pseudo-capital do sertanejo: Motorhead tava caindo pra cá!

Ia ter a oportunidade de colar o ouvido próximo a um caminhão de riffs do bom e velho rock'roll!

O velho Lemmy, líder e baixista da banda, foi roadie de ninguém menos que Jimi Hendrix! O cara é daquelas lendas vivas do rock, de quilate próximo a um Keith Richards da vida... Mas, como me lembro toda manhã que acordo, a vida não é um mar de rosas!

Vem a notícia para deixar a alegria de pobre durar pouco: Goiânia estava fora da turnê dos caras no Brasil. A produção não dava satisfação para o público, os patrocinadores tão perdidos como nós, disse-me-disse na imprensa especializada ou não, e até agora não existe uma certeza concreta, porém, 99,99999999999999% de chance de realmente estar CANCELADO!

É muito frustrante ser atingido em seus direitos como consumidor, você paga pelo produto, e claro que espera tê-lo em suas melhores condições, quando recebe uma furada, sem maiores explicações, o sentimento de perda é inevitável

Já estou achando que é melhor pegar a grana (espero reavê-la, para não precisar de ir visitar o PROCON), e fazer um investimento mais proveitoso. Gosto de rock demais, mas aquela canseira de ir ao show, passar horas de pé, virar fumante passivo e ter sua roupa pregando com aquele "perfume" terrível, pisar em meleca de bebida derramada, ver gente passando vexame, agindo com violência... O melhor é descolar um DVD e assistir no talo em nossa humilde residência, com todo o conforto que lhe é peculiar.

Espero que a produção de shows aqui não entre em decadência, mesmo na maioria das vezes trazendo artistas que já deram o que tinha que dar, sempre é bom ter a opção de prestigiar alguém que em algum momento deixou sua marca na música mundial. De festivais independentes estamos bem servidos, volta e meia trazem grandes artistas que não mamam nas tetas do mercado, até porque a quebradeira está geral.

Para Goiânia entrar na rota de grandes show é mais difícil que o Goiás ganhar o campeonato brasileiro, mas um dia pode acontecer...

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Já vai tarde...

Enfim acabou um martírio na vida de milhões de brasileiros: o desconfuso horário de verão.
Ouvi uma história de um garotinho de uns três anos, que saía de casa com o pai, já prontos para iniciarem sua jornada diária, quando interrogou o progenitor: Pai, porque já estamos saindo, se ainda está de noite?
Queria que ele repetisse essa mesma pergunta para nossos governantes: Como a maioria vai sair de casa para iniciar o seu dia, se ainda é de noite? Quem seria capaz de responder inteligentemente essa pergunta?
Passa ano, vem ano, a população reclamava, reclamava, mas não adiantava: era final de ano chegar, e com ele a nossa hora de cada dia reivindicada para economia de energia.
Se os números são quase inexpressivos, porque persistir com essa mudança que agride nosso organismo, nos expões a mais violência, nos confunde a maior parte do tempo? Em nosso país de dimensões continentais, como manter essas mudanças em três, quatro fusos diferentes? Quanto de dinheiro público é gasto com essa operação que não leva vantagem nenhuma aos olhos do contribuinte?
Viram daqui, mexem de lá, e a bendita hora a mais não sai de nossas vidas. Não adianta vir Luis Bittencourt, nem quem quer que seja, o horário continua e ponto. Parece uma Voz do Brasil em nossas vidas (não critico a cobertura política, e sim a obrigatoriedade da veiculação, e o engessamento do horário).
Comemorei por pouco tempo o fim desse inoportuno período, mas logo me desanimei ao lembrar que, custe o que custar, ele voltará!

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Não dá certo!


Li hoje que uma garota de 15 anos acabava de dar a luz. Ok, você deve saber de algumas outras, tem casos notórios, como a filha do ex-jogador Raí, o que o fez ser avô aos 32 anos, já que havia tido a mesma com 18. Uma perto de sua casa com certeza esteve nessa situação, em uma idade aproximada. No caso da inglesa, o que chamou a atenção não foi a mãe, e sim o pai.

A idade dele? 13 anos! Lhe bastou sair da infância para ter que assumir a maior responsabilidade da vida adulta.

Com certeza faltam alguns aspectos para o novo pai estar apto ao ofício: finanças, psicológico, emocional, responsabilidade, determinação, consciência, sabedoria, ...

A lista é maior que a ficha criminal do Fernandinho Beira-Mar! Os precoces já tomaram uma decisão seríssima: esconder o fato até isso ficar insustentável, tal atitude parece não ter piorado as suas situações para a família, porém, os ossos do ofícios os impediram de exercer uma atitude mais drástica, esperaram pelo bebê, e ele veio.

Nunca verei com bons olhos namorinhos infantis de adolescentes-inconsequentes. Namorar é ótimo, na pós-infância todos tem esse direto, mas aqueles que o usam com desdem, não raramente se dão mal.

A menina, que ja amadurece mais rápido que o homem, ainda escolhe um mais novo para dividir fardos não costumeiros para essa idade, ou escolhe alguém muito mais velho, e logo sabemos que não deram certo. Lembro-me do caso Eloáh, morta pelo namorado, após uma relação que começou na base de sua formação de personalidade.

Culpo, sim os pais por atitudes desse gênero. Com a autoridade e a educação que investem em sues filhos, não podem apoiar uma relação que começe de um jeito fadado ao fracasso pessoal. As diferenças de idade contam muito, mas não é tudo.

Pais digam não a seus filhos que já querem começar a "brincar de casinha" de maneira mais séria, convença-os que a formação deles deve constar como prioridade nessa fase da vida, exemplos ruins estão aí aos montes. Não deixe ele se tornar mais um!

Fica dado o recado: galera doida pra estar agarradinho com outro ser imaturo como você, passear de mãozinha dada e contar histórias sobre o outro pros seus amigos; não escolham o lado mais difícil da vida, invistam na sua formação, porque a mesada do papai não deve durar para sempre.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Revistas pra que te quero

Quando comecei a gostar de jornalismo, achava que a Revista Veja era o melhor veículo impresso de todos, gostava de cada página sua, deixáva-me bombardear pelas inúmeras propagandas (que normalmente as páginas a elas destinadas ultrapassam o número das matérias!), admirava seu padrão, capas chamativas e entrelinhas que me deixavam refém daquela emboscada consumista. O encanto começou a cair quando vi matérias de explícita parcialidade para com o PSDB e uma outra sobre Che Guevara, totalmente parcial, feita com duas fontes diretas de refugiados cubanos em Miami. Um verdadeiro show de anti-jornalismo. Na última semana me atrevo a ler a matéria de Darwin, e vejo muita carga pesada contra o cristianismo, principalmente na pessoa do colunista André Petry.
Passei por um período de frequencia leitura de outras, e a cada nova uma decepção:
1) Isto É: Sempre gostava de seu cunho pluralista, mas mudanças estruturais a levaram a um declínio, principalmente, como bem lembrou Jorge Kajuru, teve a capacidade de eleger Ricardo Teixeira como o homem do ano: pasmem!
2) Época: Reflexo das Organizações Globo, sem tirar nem por;
3) Caros Amigos: Que conteúdos riquíssimos! Especialmente antes do governo Lula, depois, se concentrou em uma esquerda xiita que cansa os olhos;
4)Bravo!: Ótimo conteúdo de artes, literatura, porém, elitizada demais;
5) Rolling Stone: Uma bandeira incansável pela cultura pop, sempre ligada ao mainstream.
Enfim, a heroína de minha resistência é a Revista Piauí, dotada de um discurso aprofundado, com ênfase jornalística, literária e artistica, tudo dentro de um contexto e linha editorial que a fazem especial, só espero de coração que não sofra traumáticas mudanças que a transformem em out-door de luxo, como várias outras.
Mas de qualquer forma, sempre são fontes. e sempre é válido a leitura, e a crítica.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Quem organiza quem?


Futebol é o esporte mais popular do mundo, na minha opinião, porque consegue mudar a escala emocional de uma pessoa de 0 a 100 em questão de segundos. Os chamados clássicos empolgam multidões, mexem com os brios de famílias, as vezes de três gerações ao mesmo tempo.

Meu time goleou o seu dito maior rival no placar mais elástico de todos os confrontos. Virar para os adversários e indagar: "SEIS TÃO BEM?", é impagável, mas não quero vangloriar desse momento de glória para a agremiação que torço, e sim, para falar de um fato que não deveria fazer parte do futebol mas, infelizmente, está cada dia mais atrelado a ele.


Empolgado para ir ao estádio certo de que veria um espetáculo das quatro linhas, ouço uma notícia que esfriou meu contentamento mais que a forte chuva que começava a cair: três homicídios na véspera ligados as torcidas organizadas.


Mesmo com poucas informações completas, dados claros de rivalidade entre ditos torcedores acabavam de praticar o pior comportamento humano: tirar vidas.


Depois de alguns assassinatos e tentativas envolvendo jovens casais em causas banais, parecia que essa motivação superava todas as outras.


Um dia antes da partida, a Polícia Militar de Goiás anunciava que não teria escolta para as torcidas organizadas antes do jogo. Aqueles que agora receberiam para trabalhar dentro dos estádios, não faziam questão de cumprir o papel básico e amparado por lei da entidade para com a população.


Após o ocorrido, mudam de idéias e fazem o acompanhamento. Teria sido necessário tamanha brutalidade para fazerem a sua obrigação? Isso que não pára de acontecer em nossos dias, um precedente tem que ser aberto para as devidas providências serem tomadas.


Não estou afirmando que um fato teve ligação direta ao outro, mas deixo a reflexão das iniciativas tardias de nossas autoridades. Agora se fala em acabar com as organizadas, ouço isso desde dez anos atrás, mas soluções alternativas são tomadas: cadastro de filiados, penas de detenção, serviços comunitários, se apresentar nas horas de jogos, mas nada se concretiza como a medida mais eficaz.


Os problemas de ordem social, desde os tráfegos em terminais desproporcionais aos seus passageiros, até a falta de políticas públicas para nosso entreterimento ser seguro e saudável acarretam em públicos menores, mesmo a torcida se empolgando, o time em ótima fase e levando alegria a quem sofre a semana inteira na luta de sua dia-dia.


Temo pelo futuro de públicos, não sei se fará parte do passado vibrar no campo pelo seu time, famílias, desde mamando a caducando participando do espetáculo, se não oferecemos estrutura para de fato ser um espetáculo público, sempre ficaremos com um pé atrás sobre o perigo que nos ronda nesse sentido.


O que vale no meio disso tudo é ter um público entusiasmado, fazendo coro para empurrar seu time, tornando tudo mais bonito e prazeroso.

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Príncipe encantado da Câmara


O que você acha de dar um emprego de mordomo para um bandido? Ou dar um de motorista particular para um viciado em rachas automobilístico? Ou de cozinheiro para um guloso compusivo? O estrago será grande, com certeza. O que dirá de se dar um cargo de corregedor da maior casa legislativa do país para alguém que possui um castelo de riqueza assombrosa em pleno interior de Minas?

Não fui nem eu nem você que o colocou no cargo, só colocamos aqueles que em seus costumeiros conchavos e trocas de favores confiaram-lhe a missão de investigar os colegas contra qualquer ato de quebra de decoro parlamantar.

Grande parte do Brasil nem conhecia Edmar Moreira, mas agora já nos sentimos íntimos de casa... Aquele império isolado de tudo e de todos estava à venda, não estava em sua declaração de impostos, se tratava de uma doação para seus filhos, mas o pagamento das taxas públicas de uma doação jurídica não existiam, para que mexer com tanta burocracia? Era só um castelinho!

Como segundo vice presidente, ele teria direito ao cargo, mas com um histórico desse ainda foi assumir o primeiro? É muita picaretagem pro meu gosto.

E como quase todas as incríveis descobertas das falcatruas dos nossos representantes, o buraco sempre é mais fundo! O homem não cumpre obrigações trabalhistas em suas empresas, tem muito o que se explicar na justiça.

Quando vemos espécies raras como essa ocupando um cargo de alta responsabilidade, o que podia ser uma luz contra a ilegalidade da trapaça política, transforma-se da noite para o dia de promotor para réu condenável.

O DEM pediu o afastamento, o presidente da casa idem, não lhe resta outra coisa a não ser pedir o boné, infelizmente só da corregedoria. Outras mamadas de teta ele ainda dará, enquanto vai explicar o inexplicável na justiça.

O melhor seria ele dizer que fez o castelo pra netinha brincar de bonecas...

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Apêndice do futebol


Fico impressionado com a criatividade que permeiam a mente de torcedores, marketeiros e executivos do futebol, tudo movido por clima de rivalidade ímpar dos gramados. A última curtição ficou por conta da versão feita para o Corinthians, pelos rivais, para a famosa camisa do tricolor do Morumbi 6-3-3, ficando 7-3-1, para se "destacar" as sete conquistas da Copa São Paulo de Juniores, 3 para carnavais ganhos pela Fiel, e 1 para a série B de 2008. Engraçado para os outros com certeza, mas logo virá outra pros corinthianos se vingarem...
As melhores provocações muitas vezes vem também dos próprios jogadores, que podem vender como ninguém um jogo de futebol, atraem a torcida adversária, cheia de ódio, para o estádio, criam aquele clima para se gloriarem ou envergonharem.
Os são paulinos terem virado bambins, incitados pelo então apagadíssimo Vampeta, causou mania nocional e contribuiu para se descontar a aversão ao time que mais ganhou títulos nos últimos anos.
Entre Goiás e Vila Nova por exemplo, as alcunhas de moché e panetone, respectivamente, são reproduzidas constantemente para se curtir um com o outro, aumentam a promoção do jogo.
Isso acontece entre dois times ou diecionado para outro meio. Nunca me esquerei do corrupto ex-presidente do Vasco Eurico Miranda ter emblemado nas costas da camisa do Vasco a logomarca do SBT, tudo para a Globo ser obrigada a filmar o símbolo do seu rival e descontar o desentendimento das duas partes.
Dizem que vingança é um prato que se come frio, concordo plenamente, mas dentro do contexto do futebol, criar essa disputa pode ser bem sadio e aumentar o espetáculo das quatro linhas, porém, como muitas vezes a violência acompanha os ingredientes dessa disputa, nem sempre é bom se apelar para as provocações.

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Mais do mesmo

Vejo a política como uma roda gigante. Ou como um carrossel com os mesmos cavalinhos circulando pomposamente pelo ciclo adocicado de sua vida: O círculo vicioso do poder.
Depois de minhas primeiras decepções com os parlamentares do meu estado, agora olho pra Brasília, em seus poucos 200 km que a separam de mim, e vejo um corriqueiro jogo de cartas marcadas levarem ao cargo máximo daquelas casas de leis, duas velhas raposas da política que não soltam o osso de modo algum.
José Sarney é o maior representante do coronelismo nordestino, muito vívido nas décadas passadas, e que insistem em não morrer, assumiu de vez esse trono principalmente após a morte de Antônio Carlos Magalhães, que apesar de deixar seu legado (leia-se ACM Filho e ACM Neto), sofreu significativas derrotas no último pleito eleitoral.
Mas Sarney se cuidou melhor, domina dois estados e mais de cinquenta anos de vida pública depois, sentou-se no posto máximo do país como quem caiu de pára-quedas, e deixando o país em uma crise bem mais medonha que essa última que ainda enfrentamos, volta agora a ocupar o cargo maior do poder legislativo, entrando na linha de sucessão presidencial e garantindo sua influência por período indeterminado. Como cacique do partido que governa seja com quem for, as emendas com certeza passarão com tranquilidade e o jogo pode continuar. Como disse meu inspirador multi-mídia Marcelo Tas: o inseto guloso Zé Sarney.
Quanto à Camara dos Deputados, o que esperar de um lugar que já teve o mestre dos abastardos Severini Cavalcanti como presidente? Só poderiam reconduzir, a exemplo do senado, outra pessoa que já provou dessa sopa, um cara que só pelo nome já me faz temer: Michel Temer. Voltando a cadeira que por muito tempo foi sua, prova que as figurinhas carimbadas podem demorar, mas reaparecem dispostas a sentir cada vez mais o gosto incomparável do poder. Ambos ocupam o cargo pela terceira vez, o primeiro está em seu quinto mandato e o segundo em seu sexto consecutivos. A renovação não é uma palavra que circula muito no nosso Congresso Nacional, alguns engravatados estão lá para diferentes gerações os terem como representantes, gerando um entrave de idéias, uma concentração de poder e arcaicas maneiras de se fazer política, sendo que a principal é que se faça sempre com os mesmos.