Blog do Paullo Di Castro


segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Mais do mesmo

Vejo a política como uma roda gigante. Ou como um carrossel com os mesmos cavalinhos circulando pomposamente pelo ciclo adocicado de sua vida: O círculo vicioso do poder.
Depois de minhas primeiras decepções com os parlamentares do meu estado, agora olho pra Brasília, em seus poucos 200 km que a separam de mim, e vejo um corriqueiro jogo de cartas marcadas levarem ao cargo máximo daquelas casas de leis, duas velhas raposas da política que não soltam o osso de modo algum.
José Sarney é o maior representante do coronelismo nordestino, muito vívido nas décadas passadas, e que insistem em não morrer, assumiu de vez esse trono principalmente após a morte de Antônio Carlos Magalhães, que apesar de deixar seu legado (leia-se ACM Filho e ACM Neto), sofreu significativas derrotas no último pleito eleitoral.
Mas Sarney se cuidou melhor, domina dois estados e mais de cinquenta anos de vida pública depois, sentou-se no posto máximo do país como quem caiu de pára-quedas, e deixando o país em uma crise bem mais medonha que essa última que ainda enfrentamos, volta agora a ocupar o cargo maior do poder legislativo, entrando na linha de sucessão presidencial e garantindo sua influência por período indeterminado. Como cacique do partido que governa seja com quem for, as emendas com certeza passarão com tranquilidade e o jogo pode continuar. Como disse meu inspirador multi-mídia Marcelo Tas: o inseto guloso Zé Sarney.
Quanto à Camara dos Deputados, o que esperar de um lugar que já teve o mestre dos abastardos Severini Cavalcanti como presidente? Só poderiam reconduzir, a exemplo do senado, outra pessoa que já provou dessa sopa, um cara que só pelo nome já me faz temer: Michel Temer. Voltando a cadeira que por muito tempo foi sua, prova que as figurinhas carimbadas podem demorar, mas reaparecem dispostas a sentir cada vez mais o gosto incomparável do poder. Ambos ocupam o cargo pela terceira vez, o primeiro está em seu quinto mandato e o segundo em seu sexto consecutivos. A renovação não é uma palavra que circula muito no nosso Congresso Nacional, alguns engravatados estão lá para diferentes gerações os terem como representantes, gerando um entrave de idéias, uma concentração de poder e arcaicas maneiras de se fazer política, sendo que a principal é que se faça sempre com os mesmos.

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