Blog do Paullo Di Castro


segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Quem organiza quem?


Futebol é o esporte mais popular do mundo, na minha opinião, porque consegue mudar a escala emocional de uma pessoa de 0 a 100 em questão de segundos. Os chamados clássicos empolgam multidões, mexem com os brios de famílias, as vezes de três gerações ao mesmo tempo.

Meu time goleou o seu dito maior rival no placar mais elástico de todos os confrontos. Virar para os adversários e indagar: "SEIS TÃO BEM?", é impagável, mas não quero vangloriar desse momento de glória para a agremiação que torço, e sim, para falar de um fato que não deveria fazer parte do futebol mas, infelizmente, está cada dia mais atrelado a ele.


Empolgado para ir ao estádio certo de que veria um espetáculo das quatro linhas, ouço uma notícia que esfriou meu contentamento mais que a forte chuva que começava a cair: três homicídios na véspera ligados as torcidas organizadas.


Mesmo com poucas informações completas, dados claros de rivalidade entre ditos torcedores acabavam de praticar o pior comportamento humano: tirar vidas.


Depois de alguns assassinatos e tentativas envolvendo jovens casais em causas banais, parecia que essa motivação superava todas as outras.


Um dia antes da partida, a Polícia Militar de Goiás anunciava que não teria escolta para as torcidas organizadas antes do jogo. Aqueles que agora receberiam para trabalhar dentro dos estádios, não faziam questão de cumprir o papel básico e amparado por lei da entidade para com a população.


Após o ocorrido, mudam de idéias e fazem o acompanhamento. Teria sido necessário tamanha brutalidade para fazerem a sua obrigação? Isso que não pára de acontecer em nossos dias, um precedente tem que ser aberto para as devidas providências serem tomadas.


Não estou afirmando que um fato teve ligação direta ao outro, mas deixo a reflexão das iniciativas tardias de nossas autoridades. Agora se fala em acabar com as organizadas, ouço isso desde dez anos atrás, mas soluções alternativas são tomadas: cadastro de filiados, penas de detenção, serviços comunitários, se apresentar nas horas de jogos, mas nada se concretiza como a medida mais eficaz.


Os problemas de ordem social, desde os tráfegos em terminais desproporcionais aos seus passageiros, até a falta de políticas públicas para nosso entreterimento ser seguro e saudável acarretam em públicos menores, mesmo a torcida se empolgando, o time em ótima fase e levando alegria a quem sofre a semana inteira na luta de sua dia-dia.


Temo pelo futuro de públicos, não sei se fará parte do passado vibrar no campo pelo seu time, famílias, desde mamando a caducando participando do espetáculo, se não oferecemos estrutura para de fato ser um espetáculo público, sempre ficaremos com um pé atrás sobre o perigo que nos ronda nesse sentido.


O que vale no meio disso tudo é ter um público entusiasmado, fazendo coro para empurrar seu time, tornando tudo mais bonito e prazeroso.

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