Blog do Paullo Di Castro


sexta-feira, 26 de junho de 2009

O Homem de duas décadas


A representação humana de indústria fonográfica, de música pop, de discoteca, de dança, de mega-shows, de vitrine constante está morta, para lembrar que ele era de carne e osso, tão vulnerável como todos, apesar de sua decadência nos últimos anos provar isso.

O fato é, o cara fez mundos e fundos como cantor, dançarino, estrela máxima do entreterimento mundial. Mas a decadência das duas últimas décadas quase apagam o que foi feito nos anos 70 e 80, quase, porque a fase Jackson Five foi de uma produção musical nunca alcançada por ninguém, impecáveis sucessos, coisas que definiriam a identidade da música negra para todos dançarem. Mas também tinha que ter o seu lado negro, ops, sem trocadilho, rumores dizem que o pai forçava todos brutalmente durante toda a carreira. O menino tinha dez anos e já carregava uma família nas costas!

Por melhor que tenha sido o Jackson Five, a carreira solo de Michael nos anos 80 é um primor de qualidade, inovação e bom gosto. Desde trabalhar com Quincy Jones, que teve não só um dedo, mas uma mão inteira em seus maiores sucessos, até chamar Eddie Van Halen, o papa do rock na época, tudo parecia sinônimo de sucesso para Jackson, é claro que os figurões da indústria que colocaram ele lá, exploraram sua imagem até cansar, e de fato foi desgastada. A MTV é a que mais tem que agradecê-lo, sem ele o video-clip nunca teria o efeito visual e apelo comercial que tem.

O início do fim do ícone pop foi nos anos 90, desde as transformações físicas monstruosas até as denúncias de pedofilia, sacudir o filho numa sacada de hotel, seu mundinho encantado em Never Land, parecia que aquele garotinho de 20 anos antes não havia perdido a criança dentro dele, nem fora.

Foi uma escorregada atrás da outra, era muito poder para uma pessoa só. Nenhuma genialidade suportaria isso, a dele muito menos. Com certeza não foram poucos os conselhos degradantes que recebeu ao longo da carreira, os últimos anos mostraram uma personalidade frágil, deformada, assustada, atolada em dívidas, sem saber para que lado ir.

Para mim, Michael Jackson só foi Michael Jackson entre os dez e trinta anos, de lá até os cinquenta foi um fantoche brincando de esconde-esconde, torcendo para o bicho-papão não pegar.

De música boa, tem registros para serem escutados, dançados e alegrar festas por muitos anos. O que mais pode ser aproveitado é o que coloco abaixo, no resto, pense no cara fazendo Moon Walk (aquela dança de arrastar os pés para trás parecendo estar sobre uma esteira), o melhor curta-metragem de todos os tempos: Thriller, está mais que suficiente para se aproveitar o que a marca Michael Jackson nos deixou.



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