Blog do Paullo Di Castro


quarta-feira, 10 de março de 2010

Mãos ao alto!


Não é de hoje que o futebol extrapola o limite das quatro linhas e vira caso de polícia. Como não se desligam bola e dinheiro, a possibilidade de se manchar a reputação de um clube é muito grande, principalmente quando estão no poder gente sem caráter, que faz de tudo pelo enriquecimento pessoal, usando o clube como a fonte para caixa 2, negociações ilícitas, lavagem de dinheiro, dentre outros.
O Brasil passou os últimos 20 anos vendo gente como Beto Zini no Guarani, Zé Perrela no Cruzeiro, Eurico Miranda no Vasco, Alberto Dualibi no Corinthians, dentre vários outros serem expostos com grandes desfalques no caixa do clube a serem explicados. Alguns detinham um poder tão forte que seguiram na presidência por muitos anos. E como não lembrar do dirigente máximo do futebol brasileiro, Ricardo Teixeira, que permanece vitalício à frente da CBF, e pesam sobre ele inúmeras acusações, mas nada que o tire do cargo.
O Goiás Esporte Clube vive agora uma revirada em um passado recente, e seu ex-presidente Raimundo Queiroz é acusado de estelionato, formação de quadrilha, falsidade ideológica, crimes contra ordem tributária, agiotagem e lavagem de dinheiro. Precisa mais?
Atitudes como usar cartão corporativo em benefício próprio, envolver o filho e outro empresário de passado duvidoso, Renato Padilha, empréstimos em falsas empresas. Raimundo não teve as contas aprovadas pelo conselho fiscal do clube, e agora, quase quatro anos depois, o assunto volta com mais gravidade.
As investigações são conduzidas pelo delegado do 8º DP de Goiânia, em entrevista a Paulo Beringhs, ele garantiu conduzir o processo até o fim, diz que não é torcedor de nenhum time da capital goiana, e isso o credencia a ter mais isenção no caso. O buraco segue sem se achar o fim. Raimundo diz estar tranquilo, que quem não deve não teme, segue dirigindo o futebol do Santa Cruz em Recife, e deixa seus advogados cuidarem do caso em Goiânia.
Por muitos anos Queiroz foi diretor de futebol do clube, foi responsável por descobrir jogadores como Josué, Marquinhos e Araújo, que saíram do Goiás para grandes clubes do Brasil e do exterior. Como presidente deu as maiores alegrias ao alvi-verde goiano, 3º lugar no brasileirão e disputa da Libertadores, mas nunca teve sua conduta vista com bons olhos por muitos. Já chegou a arrancar um livro de atas em assembléia do clube das mãos da então vice-presidente Linda Monteiro, mesmo assim, caminhou muitos anos com a família Pinheiro, os mandantes do Goiás, até romperem e ele perder o espaço no clube.
É bom lembrar que acusado não é condenado, mas que ele deve muitas explicações é fato. Que a justiça consiga esclarecer tudo, condenar os culpados, e o torcedor esmeraldino poder torcer em paz, sem ter ninguém que desvie 10, 20 ou 30 milhões do seu time do coração.

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