Blog do Paullo Di Castro


sexta-feira, 30 de abril de 2010

Hora do Leão beber água.


A semana em que mais se faz conta, imprime papéis e se corre de medo do ano. O prazo final para a declaração de imposto de renda faz ferver todos os contribuintes, exceto a minoria realmente prevenida e honesta.
É inegável as dificuldades de se contribuir e submeter às taxas dos inúmeros tributos e impostos que chegam a consumir cerca de 40% da renda do brasileiro do ano. Com tanta coisa reprimida na receita, tanto pessoas físicas, como empresários só vêem uma saída para aliviar a situação: sonegar impostos.
Algumas empresas só prosperam porque acham várias saídas para não declarar tudo o que movimentam, principalmente em relação ao funcionarismo. Pagar legalmente e depositar a previdências e os outros direitos podem trazer muito ônus ao empregador, e para ele, dar um jeito de maquiar isso é um caminho mais fácil.
O empregado sofre, se submete a receber X e ter declarado Y, por pressão do patrão, e o claro medo de perder o emprego. Os acordos por baixo do pano parecem uma melhor saída. E o governo, é claro, não consegue controlar a veracidade das declarações.
O pior comportamento típico de brasileiro é deixar as coisas pra última hora, e ainda contar com a boa vontade de contadores, uma classe bem sofrida, que dificilmente tem prazer no trabalho, ainda mais cuidando da vida financeira alheia. Cuidar da nossa já é ruim.
Trabalhei como agente de pesquisas em um órgão federal, e trabalhava junto aos contadores, para coletar dados de empresas no comércio e de serviços. O que via de empresa sonegando, e de contador inventando informações não era brincadeira. A má vontade deles ainda completavam o caminho penoso em busca de dados verdadeiros. Claro que tem muita gente séria, empresas que condizem com sua realidade, mas a banda podre se sobressai.
A realidade dificilmente muda, a máquina pública cobra mais e fiscaliza menos que deveria. E ficam elas por elas, no fim todos pagam um alto preço.




sexta-feira, 23 de abril de 2010

Novos Elefantes Brancos?

Goiânia 10 anos atrás vivia sob promessas de um aeroporto novo, dois estádios reformados e um autódromo restaurado. Uma década se passou, e não vemos nenhuma dessas mudanças.
O novo aeroporto não saiu por uma série de fraudes em licitações, e vamos convivendo com o ultrapassado Santa Genoveva, considerado o pior das capitais do Brasil. O estádio Serra Dourada está fora da Copa de 2014, com grama nova mas com grandes problemas estruturais, o estádio Olímpico, que já recebeu Pelé e Garrincha, no momento merece ser chamado de "Buracão Olímpico" (vide campanha do site Envolva-se), além do nosso autódromo, que tem um dos traçados mais elogiados do mundo, já recebeu O mundial de Moto GP e agora não tem nenhuma corrida de expressão nacional. Desde o século passado estamos empacamos.
Governo vai, governo vem e continuamos a ver nenhuma mudança concreta, só projetos, burocracia e enrrolação. Agora Goiânia não é a única a planejar essas intervenções, nossa vizinha colada está sonhando alto, e quer sair na frente da capital.
Aparecida de Goiânia por muitos anos foi cidade-dormitório, e ainda é, mas já dá passos ousados, ou ao menos sonha, mesmo com gravíssimos problemas de infra-estrutura e sociais, os planos de obras para o futuro parece que ultrapassam a barreira da lógica. Goiânia não dá conta de fazer aeroporto, nem autódromo nem estádio. Agora Aparecida de Goiânia vai conseguir?
É o que promete o prefeito Maguito Vilela. Sua força no segmento esportivo é notória, mas a ousadia de alçar vôos tão altos em Aparecida não cabe muito com a realidade atual. E logo pode se chocar com os planos goianienses, qual será a prioridade nas verbas estaduais e federais?
Para o novo estádio, a parceria com o Goiás Esporte Clube parece até viável, mas vai depender de forte iniciativa do setor privado. Fala-se em 20 mil pessoas, e viaja-se mais agregando Centro de Excelência e Arena multi-uso. Pode ser, mas parece passo maior que a perna.
A conclusão de metade pode trazer inúmeros benefícios, assim como muito super-faturamento, mas e se tudo for por água a baixo com os processos encaminhados? Já é doloroso ver as coisas em Goiânia pela metade, se algo parecido acontecer em Aparecida, o impacto definitivamente não será bom. Precisamos de lugares assim, mas precisamos deles completos.

sexta-feira, 16 de abril de 2010

E se fosse com você?


Já se vão mais de 200 dias da morte trágica da publicitária Polyanna Arruda Borges, até hoje não desvendada, os culpados estão soltos, e a polícia parada.
Em setembro de 2009, Polyanna, como jovem publicitária de sucesso, sócia de uma agência com fantásticas iniciativas sociais e empresariais, entrou em seu carro para ir à Universidade Católica (PUC) de Goiás para dar mais uma palestra aos alunos, como já havia feito com brilhantismo na noite anterior, e foi encontrada várias horas depois em um matagal na região Norte de Goiânia.
O laudo apontava seis tiros no corpo na publicitária, marcas de estupro e possível intenção de furto do veículo. Tudo de uma brutalidade sem tamanho, que não tinha precedente nenhum para acontecer, a não ser marcas da violência urbana que não pára de crescer.
Em setembro do ano anterior, a vítima de outro assassinato em Goiânia foi Pedro Henrique, jovem advogado morto sem motivo maior por um policial militar. Nossos jovens, por mais que tenham uma vida correta, de integridade e bom caráter, como Pedro e Polyanna, não tem mais nenhuma segurança, e podem ter sua vida tirada sem motivo lógico.
É impossível imaginar o que passa na cabeça das famílias em casos assim, da esposa e do esposo das vítimas que perderam para sempre o parceiro que seria da vida toda nos primeiros anos da relação. Jovens de vinte e poucos anos, qualificados e com tanto para viver, acabando a vida assim.
Em dezembro, o caso de Polyanna já havia esfriado, e foi feita uma passeata cobrando das autoridades maiores providências. 5 meses depois nada foi feito, a Polícia Federal, que tem muito mais estrutura e serviço de inteligência qualificado não entra no caso, enquanto a Militar não avança nas investigações.
Não podemos deixar esse caso cair no esquecimento, a justiça não trará Polyanna de volta, ela está ao lado do mesmo Deus em que acreditava, mas quem fica aqui não pode ter sua vida em jogo por causa da impunidade, se isso é o mínimo para coibir seres sem coração a matar, que seja feita com rigor, e acima de tudo com justiça.

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Tragédia no entorno

Foram preciso 100 dias, intensas buscas, períodos de incertezas e aflições, para que a família de seis adolescentes e a sociedade tivessem uma resposta sobre o paradelo dos corpos que desde o ano passado permaneciam na incógnita.
Não se pode medir a dor que essas famílias passsaram, o desaparecimento de uma pessoa gera um misto de perda e esperança, que só acaba com o fim das buscas, a grande maioria das vezes, com notícias negativas.
O pedreiro Admar Jesus Silva, 40 anos, que já cumpriu pena por pedofilia por 12 anos, foi acusado e réu confesso da morte dos jovens, e nesse domingo, 11 mostrou à polícia o local em que estavam os corpos, próximo a Luziânia, cidade onde moravam os jovens, e bem perto deles Admar. Era tido como um vizinho discreto, educado, e agora aponta-se ser um serial killer que interrompeu brutalmente a vida de jovens entre 13 e 19 anos.
O pedreiro aliciava os jovens com propostas de trabalho, e abusava sexualmente deles e os matava. A sedução pelo dinheiro vinha de encontro com a realidade sócio-econômicas de jovens no entorno de Brasília, alguns foram impedidos pela família de aceitar o convite de Admar, e tiveram suas vidas poupadas.
A política carcerária no Brasil tem falhas que todos conhecem, mas as etapas de reintegração na sociedade voltam em pauta após vermos re-educandos saírem da cadeia e voltarem ao crime com tudo, até mesmo quando recebem indultos de feriado, e aproveitam para voltarem às práticas que os levaram àquela condição.
O acusado foi solto quando tinha a recomendação psíquica de acompanhamento, mas como na maioria das vezes a lei não restringe em nada a vítima após cumprir a pena, voltamos a casos trágicos como esse.
A sociedade na maioria das vezes condena os culpados com mais desejo de vingança que de justiça, constantemente influenciadas pela mídia. A comoção pública leva a medidas extremas, como manifestações de lixamento, de se resolver na violência o que já foi consumado pela própria violência.

terça-feira, 6 de abril de 2010

"O nosso clube é a nossa glória!"


Passaram-se 67 anos, não são 67 dias, é um caminho longo, mas com muito para ser escrito ainda. O Goiás Esporte Clube é o time caçula de Goiânia, e um por um foi superando os seus rivais até que nos anos 90 consolidou-se como a força máxima do futebol goiano. A maior estrutura, mais títulos, participação isolada na elite do futebol brasileiro e artilheiros.
Primeiro com o tri campeonato goiano em 1991. Nas duas únicas vezes em que caiu para a série B, subiu na vice em 1994 e conquistou o título em 1999. Três vezes a extinta Copa Centro Oeste. Depois veio o penta estadual em 2000. Outro ano inesquecível foi a participação na Libertadores em 2006, quando chegou na segunda fase e vendeu caro a eliminação ao Estudiantes da Argentina.
Faltam exatamente 33 anos para o centenário. Esse número é muito significativo para o Goiás. Dizem que nos primeiros anos os rivais zombavam dos esmeraldinos dizendo serem um time de apenas 33 torcedores. O maior sonho de muitos torcedores e dirigentes, além de um título nacional é construir uma Arena com capacidade para 33 mil torcedores. Mesmo tendo a Serrinha abaixo do tamanho do Goiás, o Serra Dourada já foi adotado como casa, local das maiores conquistas do verde, e um lugar onde todos os adversários jogam precavidos e temerosos ao enfrentar o maior do Centro-Oeste.
São muitos os que escreveram essa história, os principais estão bem relembrados no blog do jornalista esmeraldino Elder Dias. Não é fácil ser um time goiano e brigar com os grandes do futebol brasileiro, mas essas pessoas e uma torcida que "a cada dia cresce mais" o conseguem levar a patamares maiores que muitos clubes mais estruturados e com bem mais tempo de estrada.
Problemas, crises é claro que existem, mas vão sendo superadas, vai-se errando para tentar acertar. O Goiás respira nosso estado não só no nome, mas nas cores, na história, no cenário nacional, nas diversas camisas espalhadas em vários cantos do mundo, na mídia verde que propaga o nome do Goiás com paixão e dedicação: Família Esmeraldina, Portal Esmeraldino e Tribo do Verdão.
A hora do Goiás conquistar um título expressivo se aproxima. Muitas glórias ainda serão dadas a essa imensa torcida, que solta o grito das arquibancadas e contagia os jogadores em campo. O Brasil ainda vai falar muito mais em Goiás Esporte Clube. Tenho orgulho de torcer para esse time, e só para ele, porque sou goiano, moro aqui, vou ao estádio e não preciso de Rede Globo para ser torcedor!

Abaixo várias versões do hino, mostrando a criatividade e talento de nossos torcedores:

Original:


Hino na guitarra (Márcio Antônio Aguiar):

Versão chorinho (Márcio Antônio Aguiar):

Versão Bossa Nova (Márcio Antônio Aguiar):

sábado, 3 de abril de 2010

Semana nada Santa

Outra semana que foi mais curta que outras, graças ao feriado da Semana Santa, que infelizmente produz tanto fanatismo religioso e acidentes nas estradas. Nem por isso tivemos menos assuntos, vamos a eles:

Armando Nogueira
O Brasil perdeu o maior nome da crônica esportiva, um homem que mudou o jeito de fazer tele-jornal e foi diferenciado em tudo. Armando conseguia colocar a poesia no futebol e valorizar o troncudo jogo como poucos. A descrição dos craques como Garrincha "driblava até no espaço de um guardanapo" eram palavras que ninguém mais conseguiria se expressar. Jorge Kajuru disse que "se ele falasse como escreve, seria o maior gênio da comunicação". Não precisava, ele já o era com a escrita.

Eleições 2010
A disputa para o governo está lançada. Oficialmente teremos Íris Rezende, Marconi Perillo e Vanderlan Cardoso na disputa. Outra candidatura (até agora Washington Fraga), será simbólica, esses três nomes estarão em evidência e colocarão à prova a capacidade eleitoreira, seja no fim da carreira, (Íris), no meio (Marconi), ou no início como (Vanderlan). O DEM pode ser decisivo no lado em que ficar. Sem dúvida nenhuma será o tira-teima de 1998 e a maior guerra eleitoral da história de Goiás.

TV 2010
Os principais canais abertos iniciaram suas programações desse ano, isso no quarto mês, porque antes prioridades como BBB e outros ocupam o verão do brasileiro. A seleção de filmes, especialmente brasileiros chama a atenção. Programas novos como Legendários da Record, que investe também em mini-séries biblicas, e a Globo com várias séries acariocadas e repaginadas para se insistir em velhas atrações. Algumas novidades animadoras, e para variar, reality shows para o desânimo de quem não gosta dessa exposição humana.

Copa do Brasil
A competição mais democrática, mas que ainda mostra grandes abismos entre os times de expressão e os quase amadores. Times como o São José do Amapá tem a folha de pagamento em R$ 25,00 e tem todo o elenco trabalhando em outras atividades, derrotas como a de 7x0 para o Goiás tornam-se absolutamente normal. Mas interessante é ver surpresas, como o Santa Cruz, em plana série D do Brasileirão eliminar o poderoso Botafogo, semifinalista do Carioca. Para isso ainda vale a pena uma competição como essa.

Diego do violino
Triste a história de um menino que só tinha alguma chance na vida graças ao trabalho sério e diferenciado do Afro-Reggae. O história do garoto comove qualquer um, não bastasse a luta pela vida que a realidade social dele provoca, ainda teve que lutar contra a cruel leucemia. As lágrimas de sua famosa foto tocando no enterro do coordenador do grupo agora tranferem a muitos que acompanharam a seu luta por 12 anos.

Pulseira do sexo
Um modismo que só poderia causar uma quebra de valores e ideais para crianças e adolescentes. Um símbolo que carrega consigo um perigoso sentido, que pode passar para a vida real. O limite se ilustra no assassinato e estrupro da menina de 13 anos em Londrina, por usar o adereço foi violentada e morta por três jovens despreparado. Fica o alerta para pais e educadores não deixarem essa prática terrível tomar conta de nossa juventude.