Blog do Paullo Di Castro


segunda-feira, 28 de junho de 2010

Brasil 3 x 0 Chile


Após ter me recusado a comentar o jogo pífio contra Portugal, simplesmente por não ter assunto, enfim, vimos a Seleção Brasileira em um jogo de futebol como tem que ser: com gols (claro), com belas jogadas, com raça, enfim, emoções e coisas que só o futebol faz por você.
Na verdade, a coisa não foi tão bem trabalhada assim, principalmente por uma apatia do Chile no primeiro tempo, não foi o time da primeira fase que ameaçou a poderosa Espanha.
Os desfalques em ambos os lados preocupavam, mas seleções são feitas para se ter peças de reposição a altura. O Brasil, mesmo com discutíveis convocados do Dunga, mostrou que tinha. Felipe Melo, truculento como é não faz falta para um jogo aberto e de ataque adversário ineficiente. O talismã Elano, assim como contra Portugal, mesmo bem substituído ainda fez um pouco de falta.
Júlio César não eve nenhuma trabalho, defendeu uma bola que ia pra fora só pra aparecer em uma foto. Maicon, correu, lutou, fez a parte dele, na zaga Lúcio continua a guerreiro de sempre, o único que apresentou bom futebol no jogo passado, manteve a regularidade e a eficiência na marcação e nas subidas ao ataque. Juan foi contemplado com um gol, merecidíssimo por ser um zagueiro fair play, algo raríssimo, e que tanto já ajudou nossa defesa. Michel Bastos foi melhor que nas duas partidas anteriores, sempre ajudando.
No meio, com os desfalques, no perfil do jogo tiveram boa reposição, Ramires entrou bem, foi perfeito em assistências, só peca em finalizações, Gilberto Silva e Daniel Alves foram mais discretos, mas importantes para o esquema, o lateral polivalente rende mais na ala, ou entrando no segundo tempo, sempre fazendo diferença.
O nosso camisa 10, como em toda a Copa deixando todos preocupados com a forma física, entrou bem, foi perfeito em assistências e merecia um gol de recompensa. Tomou um amarelo de bobeira, mas deve se controlar mais. Foi substituído e bastante aplaudido, parece que pode voltar a ser aquele Kaká nos próximos jogos.
O ataque não foi brilhante, participou moderadamente, mas Luís Fabiano deixou o seu, e Robinho não comprometeu, apesar de se esperar bem mais dele, Nilmar entrou bem e poderia até ganhar uma chance de começar jogando.
Passamos bem, pegaremos uma Holanda que caiu um pouco o nível, mas é sempre perigosa. Nosso bom futebol está se encaixando, e o que não dar certo, é culpa da Jabulani!

domingo, 20 de junho de 2010

Brasil 3 x 1 Costa do Marfim


Agora sim uma vitória para se convencer, embalar de vez o escrete canarinho, e garantir a classificação para as oitavas de final da Copa. O objetivo foi cumprido, mas se tratando de Seleção Brasileira de futebol, as coisas nunca são simples.
Os africanos em copas passadas eram pontuados por serem alegres, humildes e coadjuvantes. Agora o perfil mudou, a começar pela sede ser africana pela primeira vez, com o maior números de representantes, com maior gás para mostrar serviço, e é isso que se viu na Costa do Marfim, a catimba foi um ingrediente marcante dos africanos.
O Brasil com o ritmo de jogo melhor, e contando que suas principais peças brilhem, viu que se o meio e o ataque se entenderem, não tem pra ninguém. Kaká e Robinho tabelando rápido e colocando Luis Fabiano de frente pro gol, mesmo com o ângulo fechado, consegue disparar um torpedo por cima do goleiro africano, e a bola correu bonita por toda a rede do lado de cima, e caiu gostosa na rede de trás. Imagem linda de se ver!
Muitos já preveniram que poderia ser o jogo mais difícil da primeira fase, dependendo de como os portugueses chegarão para o terceiro. E acredito que nossos colonizadores não vão suar a camisa como os marfineses. Eles venderam caro a derrota, e quase venderam na base da pancada.
O circo quase pegou fogo quando Kaká, que estava sendo caçado em campo caminhava com seu marcador atrás, e o seu braço o encontrou, parece não ter sido voluntário, mas que o adversário dramatizou o contato, não deixa dúvidas, levou as mãos a cabeça, só não sendo pior que Rivaldo em 2002 (quem lembra?).
O eterno bom moço levou cartão vermelho. Culpa do juiz? Do jogador? Do Dunga que não o tirou antes, quando já tinha o amarelo e se desentendia a tempos com o marcador? Enfim, em campo ele fez sua parte, foi o Kaká que precisamos, mas podia ter sido um pouco mais cauteloso. Mas no calor de um jogo como esse realmente é difícil.
Elano jogou com raça e fez seu segundo gol, mostrando que a opção do Dunga por ele foi correta, saiu após cravarem a chuteira em sua canela, mas disse que as filhas o protegeram: as caneleiras com o nome das meninas que ele beijou após o gol.
O destaque com certeza foi o segundo gol de Luis Fabiano, dois chapéus pra fazerem os zagueiros perderem o caminho de casa (e olha que está perto!). Sim, o domínio dele foi com o braço, ajeitou com o ombro, mas uma pintura daquela tá perdoado, né? Até o juiz (quanta lambança do cidadão!) consultou ele depois se havia ajeitado ilegalmente, adivinhem a resposta?
Foi um jogo bom de assistir, mostrou que a defesa brasileira mesmo tão entrosada precisa estar mais atenta, mas que os brasileiros estão preparados para enfrentar jogo sujo, e mostrar futebol-arte em cima disso, mesmo não sendo a bandeira levantada por Dunga, que continua um turrão com a imprensa, os valores individuais brasileiros brilham como são peculiares. Como a Argentina é a única que mantém a regularidade, mais a Holanda, não serão nossos hermanos que intimidarão o Brasil.

terça-feira, 15 de junho de 2010

Brasil 2 x 1 Coréia do Norte


O juiz apitou, e a Copa finalmente começou para o Brasil. Após jogos mornos, de times inexperientes, como os anfitriões africanos, e apenas duas seleções que jogaram um futebol mais "assistível": Alemanha e Holanda, o Brasil entrava em campo para defender seus cinco títulos e mostrar ao mundo porque é a maior potência futebolística.
Até aí, era tudo favorável ao Brasil, inclusive pelo adversário ser o último no ranking das seleções que disputam a Copa, e viverem em um país ditatorial, apontados como possível saco de pancadas dos adversários. O frio também pode ter atrapalhado, mesmo que todos em campo joguem na Europa (infelizmente), a temperatura de 2 º e seus ventos de sensação térmica menor ainda, inibem um pouco o brilho dos brasileiros em campo.
Com craques como Ronaldinho Gaúcho, Adriano e as revelações Neymar e Ganso de fora da convocação, o grupo de Dunga tinhas as esperanças mais direcionadas nós pés de Kaká, do goleador Luís Fabiano e das mãos de Júlio César. Com Kaká voltando de contusão, cinco meses sem jogar uma partida inteira, não dava para esperar muito dele, de fato, foi assim, muitos passes errados, e sem as arrancadas que lhe são características.
O gol que abriu a contagem só saiu no segundo tempo, com o lateral Maicon, veloz como sempre chegando na linha de fundo próximo ao gol e batendo sem ângulo em uma curva que enganou o goleiro coreano, o segundo foi de Elano, longe de ser uma unanimidade na seleção, bateu bem após uma assistência perfeita de Robinho, antes de ser substituído pelo talismã Daniel Alves.
Uma grata surpresa foi Michel Bastos, a posição mais crítica, desde o fim da era Roberto Carlos, pode ter encontrado um dono. Em um lance magistral, driblou de forma espetacular três adversários e cruzar uma bola em cima da linha de fundo.
A seleção apresentou problemas que podem ser normais para uma estréia, mas são visíveis e preocupam para um futuro de sucesso na Copa. O desgaste com a imprensa com os treinos fechados não favorecem o êxito do time. Ganhamos sim, foi importante, estamos em primeiro no grupo, e jogando por mais uma vitória para a classificação. A maioria das seleções estariam radiante, mas do Brasil sempre se espera mais, e sempre o melhor futebol.

terça-feira, 8 de junho de 2010

Pára tudo que lá vem a Copa


Al Qaeda ameaçando ataque, obras sendo concluídas na semana de início dos jogos, bola criiticada pela maioria, vários craques desfalcando suas seleções, ora por opção do técnico, ora por contusões de última hora. Com esses e outros problemas, começa essa semana a Copa do Mundo de futebol.
O fator África como sede é bem interessante, a peculiaridade do povo, as incômodas vuvuzelas, porém que são elemento de destaque na cultura africana, a alegria ímpar de um povo que nunca teve os olhos do mundo voltado para eles desde o traumático apartheid. Tudo isso é ingrediente para uma Copa diferenciada.
Favorecidos por decisão da FIFA de um revezamento entre os continentes, a primeira Copa africana irá contar com 5 seleções de lá: África do Sul, Argélia, Camarões, Costa do Marfim, Gana e Nigéria.
As atenções como sempre estão voltadas para Brasil, Argentina, Alemanha, Itália e França. As outras 27 correm por fora para almejar alguma coisa, mas como a surpresa faz parte do futebol, alguma delas pode alcançar uma posição de maior destaque.
O Brasil chega com um técnico linha dura, que teve a convocação bastante critica, o que não é novidade, mas penso que nos bastidores da cúpula, leia-se CBF, a prioridade é 2014. Até a fabricação do Dunga como técnico pode se entender isso. Por que ganhar uma Copa com menos recursos que os padrões europeus, americanos e asiáticos? Com menos visibilidade que esses países? Com menos craques convocados? O torcedor que não pense nisso e torça como nunca pelo hexa.
190 milhões de brasileiros aguardam ansiosos a sexta-feira, 11 de junho chegar, para o juiz dar o apito e entrarmos definitivamente no clima que os jogos proporcionam. Nisso está incluído as enforcadas ao menos parciais no expediente, as reuniões em torno da TV, regadas normalmente à bebemorações, churrasco, gritaria e muito verde e amarelo. É bom ser brasileiro, ao menos nessa época, a única de patriotismo e nacionalismo que temos de fato.

terça-feira, 1 de junho de 2010

Israel x Palestina


Vamos do começo: Numa das primeiras gerações da humanidade, segundo o cristianismo, o primeiro considerando patriarca do povo hebreu, Abraão, gerou a dois filhos de maneiras distintas, como sua mulher era idosa, não acreditando no que Deus falara de que ainda teriam filhos, fez o marido se deitar com a serva, e tiveram Ismael, mas sua Sara, sua mulher também deu a luz, e gerou Isaque. Até aí tudo bem, mas por motivos de complexa interpretação, dessas duas crianças saíram duas nações: os ismaelistas, que geraram palestinos e Oriente Médio, e os israelitas, que geraram o Ocidente.
Fiz esse retorno ao Gênesis bíblico pra falar sobre o último conflito internacional que preocupa todo o mundo, e que, desde os tempos citados acima, pautam-se pela desavença e guerras. E os motivos étnicos e históricos se embaralham ano após ano, deixando um acordo de paz cada vez mais distante. Em 1993 um feito inédito: os líderes das duas potências, Yitzhak Rabin de Israel e Yasser Arafat, da Palestina, num aperto de mãos que selaria o Acordo de paz de Oslo, em plena Casa Branca ao lado do presidente Bill Clinton.
Infelizmente, aquela imagem pouco fez efeito, por alguns anos sim, mas volta e meia antigas feridas fazem os inimigos se degladiaram. Os últimos atentados, mesmo com tanta iniciativa terrorista vinda do Oriente Médio, foram de Israel. A Faixa de Gaza é o palco de muito sangue, explosões e vidas perdidas.
Agora a iniciativa veio por mar. E em águas internacionais, atacando um comboio de navios que levavam ajuda aos palestinos. A ONU logicamente condenou os ataques, assim como o presidente Lula, mas a diplomacia deixa uma situação de pouca ação para se coibir esses ataques.
O escritor Ricardo Gondim, disse em seu twitter: "Israel ataca um comboio de ajuda humanitária a Palestinos. Se isso não for terrorismo de estado, não sei mais o que é."
Essa história ainda terá muitos próximos capítulos, e um povo sem Estado, e um Estado com um povo desnorteado. Infelizmente é assim.