Blog do Paullo Di Castro


terça-feira, 27 de julho de 2010

SOS Futebol Goiano

O pós Copa do Mundo para os times de Goiás está pior que a encomenda. É alarmante a situação das três principais forças do futebol goiano. Terminamos o ano passado esperançosos ao ver pela primeira vez desde a divisão de séries, dois times na elite do futebol brasileiro. O Vila teve muitas chances de se juntar ao Goiás, chegou perto várias vezes, mas não foi capaz de honrar a torcida que tem. O Atlético manteve a base, passou na frente e fez por merecer, até começar a disputa.
Entra 2010 e tivemos um estadual fraco, com os times cercados de problemas, de racha no elenco, e principalmente, choques na gestões. As diretorias mostrando total despreparo para serem times grandes.
No Vila Nova a situação é a mais crítica. No momento não existe técnico, nem auxiliar, o time ocupa a zona do rebaixamento para a série C, mais de 50 jogadores foram contratados, e nenhum corresponde em campo. Na diretoria, troca de presidentes, os dois que mais seguraram as pontas nos últimos anos sendo limados do cargo, e um grupo que quer assumir, não resolve nada, falta dinheiro, falta prestígio, falta um time pra competir. O furo da barca é grande.
No Atlético, a base formada dos últimos anos já não é a mesma, ao menos valores que se destacaram antes não brilham mais da mesma forma. O presidente que outrora investiu no time, se vê às voltas com problemas judiciais, ligados à sua vida empresarial e política, e para piorar tudo, a lanterna do Brasileirão, e o retorno quase certo à série B.
Deixando por último o meu time, é o mais difícil de se analisar, temos a melhor estrutura daqui, os maiores títulos, um ex-técnico de Seleção Brasileira, mas mesmo assim, brigando para não brigar pela permanência na série A. A diretoria é de pouca ação, e sofre para se impor com representatividade perante os maiores. A montagem do time também não ajuda. O temperamento de alguns atletas muito menos.
O torcedor goiano sofre com seus representantes, luta para levantar o bairrismo, concorrendo com times muito mais estruturados do eixo Rio-São Paulo. É cada vez mais difícil convencer um goiano acostumado ao conforto da televisão, e aos triunfos dos grandes times, torcerem para só para algum daqui, ir ao estádio e incentivar, mas incentivar o quê?
Ou os times daqui tomam uma atitude de mais profissionalismo, parcerias viáveis para se montar bons elencos, ou continuaremos a ser saco de pancadas nacional. Como se não bastasse perder a sede da Copa de 2014 até para cidades sem futebol nenhum.

terça-feira, 20 de julho de 2010

Julgamento prévio

Quantas vezes você ouviu falar no goleiro Bruno nas duas últimas semanas? E nada falando de seu ofício original, apenas de crime, cumplicidade, ocultação de cadáver, violência extrema. Pois é, também não sei, e como saber se esse nome é repetido de maneira incessante por quase todos os veículos de comunicação? Como se pode ignorar-se aquilo que a mídia adota de temática a ser explorada até a última gota que a fruta espremida pode fazer pingar?
A gravidade do caso não é apenas as inúmeras versões que possam ter culminado na possível morte de Elisa, ex-amante do jogador. A relação conturbada com mulheres, com a fama, com "amigos" como Macarrão, com as declarações anteriores, e o desaparecimento e testemunhos do que aconteceu naquele sítio em Minas Gerais. e depois de tudo isso, as piadinhas infames com o caso, como se o humor fosse ingrediente sadio para uma situação desse porte.
O maior erro da imprensa, e conseqüentemente da sociedade: O pré-julgamento. Como chamar Bruno de assassino? Alguém tem alguma prova concreta dele matando Elisa, mandando fazer isso, ou sendo o mentor intelectual de um "plano infalível" no nível dos quadrinhos do Cebolinha? Então como acusá-lo daquilo que ainda não foi apreciado pela justiça brasileira, que é quem tem competência para isso?
Deixo esses questionamentos, para desabafar sobre quem sempre bate na mesma tecla ao se lançar um caso que tenha potencial para uma comoção nacional. Agenda Setting realmente "pega" aqui no Brasil, e não combina com um jornalismo responsável, que checa as informações, ouve pluralidade de lados e informa sem interesse prioritário à questão comercial. É insuportável ver uma Isabella Nardoni diferente a cada época. Um mocinho e um bandido que já entram em cena com um roteiro pronto, e só desempenharão o papel pré-determinado. Fazer juízo para si todos fazemos, mas para os outros, não é de nossa competência, a não ser para assumir um cargo que concede esse direito em lei, embasado na decisão de um colegiado.
Será que a imprensa não aprendeu com o caso da Escola Base? Quantas famílias mais serão destruídas e expostas em fúteis programas de TV vespertinos? E aquela gravação do Fantástico, com um foco perfeito em Bruno, e ele projetando a boca diversos vezes para o rumo da câmera. Como aquele material foi parar exclusivamente nas mãos da poderosa?
Meu palpite, talvez por lavagem cerebral, é que Bruno é culpado, mas não estou à frente desse caso (graças à Deus)! Então, aguardo o julgamento, para aí sim, ressaltar o embrólio em que Bruno se meteu, de como jogou na lixeira sua carreira profissional, e as variáveis que aparecerem antes da certeza de uma culpa.

terça-feira, 13 de julho de 2010

13 de julho: Dia do rock!


Um dia dedicado ao rock é inspirador, você acompanhar por diversos veículos vários momentos, vertentes e pérolas desse ritmo que é o de maior alcance global e de maior contágio a quem dele se agrada. Principalmente por fazer um resgate a vários momentos em que se dá orgulho de um dia terem inventado de se juntar guitarra, baixo, bateria e uma voz potente, tudo em alto volume!
Desde pioneiros como Little Richard, Elvis Presley, The Beatles, Rolling Stones, passando por The Who, Led Zeppelin, Pink Floyd, Smiths, The Cure, Iron Maiden, Ramones, U2 e os mais atuais Nirvana, Oasis, Blur, Red Hot Chilli Peapers, e muitos e muitos outros.
A rebeldia, o comportamento de contestação, o visual ora sombrio, ora elegante, ora rasgado, tudo isso dita as gerações que cresceram ouvindo essas bandas. Mais que curtir um som, os músicos se tornam referências de vida, com lema de sexo, drogas e rock'n roll, essas referência não são exatamente positivas. A geração de Woodstock não deixou um legado verdadeiro. Muito do que se fala do maior festival de todos os tempos é mito. Uma tremenda desordem e falta de estrutura não foram compatíveis com as atrações presentes. E o público que foi, sequer viu alguma coisa nos palcos.
No Brasil a coisa não é diferente, tomando espaço ao lado do samba, o rock nacional marcou épocas, e nos brindou com grandes poetas transvestidos de cantores. Todos os estados, do Rio Grande do Sul ao Acre produz suas versões abrasileiradas do gênero. A cena independente, a democratização da internet, fazem qualquer garagem virar vitrine, e quando levado com seriedade e profissionalismo, ultrapassar as barreiras virtuais e cair na estrada.
O rock pode ter suas crises, e passar por modismo, por deturpação adolescente, mas sempre vai ser o bom e velho rock'n roll, usado para tudo e para todos, sem distinção de raça, classe social, cultura ou religião. E viva o rock!

terça-feira, 6 de julho de 2010

Brasil 1 x 2 Holanda


Falar o que de um jogo desse? Demorei dias pra "digerir", e dispor para escrever algo aqui. Queria eu ter falado só do primeiro tempo, de um futebol empolgante, oferecendo várias chances de ataque, com o gol mais rápido da Copa até então, nossos craques tabelando bem, com larga vantagem na posse de bola e no domínio de jogo. Mas aí veio o fatídico intervalo, e com ele posteriormente o segundo tempo.
A Holanda já era uma seleção temida, mas que havia tropeçado na primeira fase, e claro, tinha seus problemas táticos para resolver. O Brasil, tinha uma superioridade coletiva, com a nossa defesa tão impecável que não entrava ataque de laranjada nenhum, isso era o que a maioria pensava.
Ao ver Júlio César se chocando com o Felipe Melo, o anti-herói da desclassificação, me lembrei imediatamente da cena de Dida se chocando com Aldair nas Olimpíadas de Atlanta, em 1996, e entregando pela segunda vez um gol, que deu o triunfo para a Nigéria. O pesadelo voltou na hora.
Mas Felipe, não satisfeito, já alarmando a todos com o sangue quente, cravou sua chuteira no adversário, e assim encerrou a fatídica primeira Copa, onde chegou desconhecido pela maioria do Brasil, ganhou a confiança de Dunga, e mesmo tendo feito um passe magistral para Robinho fazer o gol brasileiro, saiu como o maior culpado pela derrota.
Quem fez péssima partida foi Michel Bastos, até o cherife Juan não esteve tão bem, Lúcio foi a raça em pessoa, mas isso não era suficiente, nem a correria de Maicon, nem o ataque que não conseguia criar mais situações de gol, enfim, não se tirava mais limonada desses limões, já do lado das laranjas....
Kaká esteve em campo, disputou bola, se irritou, mas sem perder a cabeça, chutou para o gol e só não fez o seu pela bela atuação do goleiro holandês. Era pouco pro craque, mas com ele limitado em campo, quem poderia substituí-lo? Eis o grande dilema do técnico Dunga. A pós-era Dunga terminava de forma melancólica para o capitão do tetra.
O banco de reservas brasileiro era desanimador, a maior parte da imprensa batia nessa tecla, mas Dunga, com o poder que lhe foi outorgado, só servia podar o trabalho dos jornalistas, passar a imagem de seriedade e compenetração do grupo na competição. Com essa proposta, a que ficou de verdade foi a de arrogância, prepotência, má educação e soberba. Não incomum nessa profissão, mas que definitivamente não é a cara ideal para um comandante da seleção.
A falta de opções para se mudar a realidade do jogo, deixou o Brasil incrivelmente apático na etapa complementar, vendo o craque Rubben deitar e rolar e garantir a classificação holandesa.
Como já havia escrito nesse espaço, para a CBF não era interessante ganhar essa Copa, 2014 é prioridade total, e mais que preocupar em ser anfitrião, o Brasil vai fazer a Copa ser economicamente viável para muita gente, principalmente Globo e Ricardo Teixeira, que até lá afinam novamente o discurso, e um sai com direito de transmissão por um bom tempo, e o outro com o cargo vitalício de presidente da CBF.