Blog do Paullo Di Castro


segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

And the Oscar goes to...



Premiação equilibrada, sem tantos estrelismos, sem um ganhador disparado, sem a tecnologia se sobrepor aos outros destaques de uma grande produção cinematográfica. Esse foi o teor demonstrado na entrega da edição do Oscar 2011, maior prêmio do cinema, que já se abalou em seu prestígio, mas mantém o glamour e a tradição de movimentar a indústria do entretenimento como poucos.


Em anos anteriores foi comum ver super-produções passar da casa das 10 estatuetas. Esse ano a disputa talvez tenha sido mais acirrada, ou cansaram de enaltecer tanto uma produção em detrimento de várias outras com potencial, mas é fato que foi uma premiação diferenciada, que prestigiou um maior número de filmes que já conquistaram e vão aumentar as bilheterias ainda mais.


"O Discurso do Rei" já era favorito em várias categorias, ter levado 4 não foi pouco, principalmente por estar entre elas o de melhor filme e melhor diretor. a história comove com o esforço de superação, e na importância que uma pessoa pode ter para ajudar ao próximo, seja ele quem for. Isso para mim é mais importante que a temática de guerra, e os conflitos da monarquia inglesa.


"A Rede Social" mesmo sendo o queridinho do público, teve a gratificação mais tímida, não o suficiente para não ter seu lugar nos maiores dos últimos anos. A controversa história da criação de um site de relacionamentos que vem dominando o mundo não pode deixar de ser instigante e despertar interesse nos milhões de usuários, e até em quem está de fora do Facebook.


"O vencedor" fez jus aos prêmios de ator e atriz coadjuvantes. Um filme de uma redenção incrível, que merecia até mais do que faturou. "Toy Store 3" também levou duas estatuetas, merecidíssimo por ser uma animação madura, agradabilíssima para crianças e adultos. E com tanta tecnologia, nada melhor que fazerem desenhos para se pensar, e mostrar belas lições para todas as faixas etárias.


O restante dos premiados não tive a oportunidade de ver. "Cisne Negro" e "A Origem" se destacaram como era o esperado. Natalie Portman faz e acontece, e parece ter se superado mesmo no papel de bailarina de o Cisne. O único representante do Brasil, "O Lixo 
Extraordinário" não levou o de melhor documentário, mediante a um concorrente de peso, mas mostrou outra faceta social do nosso país que aumenta o estereótipo da realidade social brasileira. Mas Brasil sempre parece ser um mundo paralelo para a academia de Holywood.


Destaque para a apresentação de Anne Hathaway, deslumbrante nos oito modelitos que desfilou, linda, divertida, e bem à vontade ao lado dos outros astros. Quebrou um pouco de enfadonhas edições anteriores. O Oscar precisa continuar se renovando, e abrindo mais seu horizonte para filmes de todo o mundo.


segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Mais trapalhadas da Casa Bandida do Futebol (CBF)

Desde que ouvi falar de futebol, não sei quem é o campeão brasileiro definitivo de 1987, tinha feito 4 anos da época, e mesmo se já fosse torcedor consciente, não saberia explicar. E o de 2000, na fatídica Taça João Havelange, no ano em que o Corinthians for campeão mundial de clubes disputando com o Vasco, o vencedor da taça, em pleno Maracanã, sem sombra de Libertadores? Pior ainda.


Tanto FIFA como CBF dominam tal capital financeiro, de influências e negociatas, que volta e meia esbarram no desentendimento com as outras instituições (e principalmente TVs), e sempre o interesse pode levar a discórdia, ao retrocesso, especulações que engolem a magia de um esporte que já teve seus anos de paixões de poucos interesses.


Essa tal de "Taça de Bolinhas" para o primeiro hexa brasileiro não passou de mais um papelão da nossa cartolagem. Em uma semana se entrega a taça pro São Paulo, reúne aquele aparato todo pra celebrar, e na outra semana se reconhece o Flamengo como legítimo campeão de 87, sendo agora o primeiro hexa. Bom retrato do que é a CBF, pagando com a desorganização a falta de transparência.


De qualquer modo, a questão é pisar em ovos, principalmente dos flamenguistas. Ok, o título pode ser legítimo, mas continua sendo dividido com o Sport, o que mudou? Rodou, rodou e parou no mesmo lugar. Um giro de 360 graus, que alguns acham que significa uma virada total, na verdade é o mais do mesmo, chuver no molhado.


Guardada as devidas proporções de país para entidade, a soberania de Ricardo Teixeira na CBF está assemelhando com os reinados do egípcio Mubarack e do libío Khadafi, os últimos ditadores africanos a controlar as comunicações e todo o poder em seus países, assim como eles Teixeira não solta o osso, mesmo após tantas denúncias, investigações de enriquecimento ilícito, ainda é o dono do futebol brasileiro. Veja aqui esse e os outros vídeos do Globo Repórter de 2001.


A Copa de 2014 está aí, para a promover mais ainda os conchavos dos cartolas brasileiros, com tanta verba disponível, muita estrutura pra se montar, parece muito perigoso ser comandada por quem não consegue resolver quem é campeão de 1987, nem Mundial de Clubes, nem se a Taça Brasil valeu como o Campeonato Brasileiro. Até a próxima "mudança."

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Constitucional, nem por isso legal

Depois do generoso aumento de 62% em seus próprios salários ao apagar das luzes do mandato anterior, a nova legislatura mal começou e começa a dar prova do pouco caso com o cidadão, em detrimento ao benefício próprio. Na mesma semana em que a Câmara Federal votou contra o aumento do salário mínimo, para a Assembléia Legislativa de Goiás quando o assunto passa a ser o bolso deles, a perspectiva muda imediatamente. 


Agora se coloca em pauta o fim das gratificações extras de sessões extraordinárias, 14º e 15º salários. Só com as rendas extras, pode-se se ganhar em torno de R$ 180.000/mês, algo entre  22 e 23 salários. A maioria, sem constrangimento sai em opinião contrária, e embasando na brecha que virou senso comum para toda atividade parlamentar que causa alguma indignação: A constitucionalidade.


Não é muito irônico se apoiar em uma lei que também é elaborada por eles, quer exemplo melhor de legislar em causa própria? Mesmo a Constituição Federal sendo a carta-mãe, o maior documento norteador para a sociedade não pode acobertar disparidades como o que propõe seus formuladores. 


Outro ponto em comum é o chamado efeito cascata, se aprova lá em Brasília, é "natural" que passe por aqui também, uma mão lava a outra, e todos saem ganhando, todos os parlamentares, claro. 


E o povo vai sair e acampar na praça igual no Egito? Se tiver um grupo de 100 estudantes pra fazer um pequeno barulho já é muito. Aqui a coisa caminha mais com hagstag no twitter que em protesto na rua. 

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Uma carreira Fenomenal



Falar de sucesso, polêmicas, mulheres, dinheiro se tratando de Ronaldo Nazário de Lima parece sempre chuver no molhado. Desde 1993, e especialmente 94, quando o mundo conheceu o garoto franzino que viria a ser o maior artilheiros de Copas do Mundo. Comparações com Pelé, negociações milionárias para os maiores clubes da Europa.
Lembramos de trapalhadas fora de campo, boemia, e claro, as relações amorosas, mas o que mais marcou foi quando juntou a influência de Embaixador da ONU com o que sabe fazer de melhor, e resultou em uma partida histórica no Haiti, que tanto levou alegria para aquele povo devastado pela guerra. A iniciativa foi dele, e voltar os olhos do mundo para aquele lugar faz o futebol e a megalomania milionária do esporte bretão valer a pena nessas horas.
É difícil arranjar motivos para condenar Ronaldo, sim, teve o caso dos travestis, que não sairá da memória de todos, mesmo a gozação sendo maior que a traição e libertinagem do craque, mas isso é pouco pra uma trajetória que envolveu tanta superação, psicologia para escapar de tantos holofotes, bajulações e má fé em volta dele.
Na entrevista coletiva do anúncio da despedida ele considerou a carreira linda, sem ter feito nenhum inimigo. Listou como motivos o histórico de lesões, as dores constantes que o fizeram antecipar a aposentadoria no futebol. Desde o Milan ele descobriu o distúrbio hipotireoidísmo, que acelera o metabolismo, e exige hormônios que o futebol proíbe. Ele explicou com isso o excesso de peso que tanto foi motivo de chacota nos últimos anos.
Muitos agradecimentos, a todos os clubes em que passou, aos profissionais que o ajudaram em suas recuperações, seus patrocinadores, citando-os nominalmente que desde o começo da carreira o ajudaram, e os atuais, que possibilitaram sua volta ao Brasil. Agradeceu ao Corinthians, depois a família, a todos os críticos, que o ajudaram a ser mais forte, a quem o ajudou nos piores momentos. Seus olhos marejaram quando falou da torcida do Corinthians, citando-a como empolgante, apaixonada, e mesmo com pessoas fora do controle, o emocionaram muito.
Pediu desculpa por fracassar no projeto Libertadores, agradeceu efusivamente ao presidente do time André Sanchez, prometeu continuar vinculado ao clube da maneira que Sanchez quiser. Após isso, a emoção tomou conta, com dificuldade para falar. Para Ronaldo, a maior força que ele buscava foi responder tudo dentro de campo.
Anunciou a Fundação Criando Fenômenos, que ele espera dedicar muito tempo. Disse que nos últimos dias se sentia como em uma UTI, em estado terminal, e que o anúncio de parar eram como uma "primeira morte". Falou que precisava assumir algumas derrotas, e sentia ter perdido para seu corpo. Brincou que já sentia saudades da concentração, e o afastamento da rotina do futebol ainda machucaria muito ele.
Chegou na entrevista ao lado dos filhos Ronald, e Alex, que reconheceu recentemente, os dois vestidos com a camisa do alvi-negro paulista. Descontraíu um pouco com os meninos, falou em ser embaixador institucional do time pelo mundo e novamente reconheceu seus erros com ombridade.
Foi uma carreira incrível, marcada por muita superação, por jogadas geniais, por belas mulheres ao seu lado, por desafios da medicina, superados em maioria com muita garra, que renderam mais alegrias pro povo brasileiro, especialmente na Copa de 2002,  quando recuperou da maior lesão da carreira, e, sob o crédito do técnico Felipão, comandou o time para o pentacampeonato.
Nós brasileiros, amantes do futebol por todo o mundo, só temos a agradecer ao Fenômeno, por nesses 18 anos ter proporcionado tantos momentos emocionantes, do exemplo de superação. Valeu Ronaldo!

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

A espera de um final feliz



Viver sob regime ditatorial faz soar como um disparate enorme, em tempos de novas tecnologias, adventos inclusivo das telecomunicações, os Direitos Humanos, de ir e vir e de opinião. Um agravante maior, é a coação de um povo, que são pilares da humanidade, de conteúdos milenares e decisivos para a formação de povos ocidentais e orientais.


Já são duas semanas de protestos contra o presidente Hosni Mubarak, 30 anos irredutíveis no poder, gerando até o momento mais de 300 mortos. Os EUA como sempre, tentam interferir e usar a influência que já não é a mesma de tempos atrás. A política salarial é a pauta maior de reivindicação da população, porém, não a mais séria, não maior que a liberdade comprometida do povo egípcio.


Jovens incansáveis fazem plantão no centro da capital, Cairo, ao lado de cenários de tanques de guerra, O responsável pelas negociações, o vice Omar Suleiman, parece se mostrar flexível, mas teme um Golpe de Estado. Uma situação de se correr o bicho pega, se ficar o bicho come. Não se retira a força militar com medo de represálias, nem se interrompe as manifestações enquanto o presidente não fizer a transição de governo, ou mudar radicalmente questões políticas pontuais.


Privando por dias o acesso a internet, e as coberturas jornalísticas limitadíssimas, não podia ser diferente o clima de tensão alcançando todos os cantos do mundo. A luta por uma democracia concreta no país ainda vai longe. Qualquer manobra política pode acomodar o regime para não se mudar quase nada, e toda manifestação e mortes serem em vão. A conferir.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Empossados



Essa terça, ao primeiro dia de fevereiro de 2011, foi de bastante movimento para o legislativo brasileiro, tanto nas Assembléias em todos os estados, como no Congresso Nacional. Nossos parlamentares tomaram posse de seus cargos, e já escolheram as mesas diretoras que comandarão as casas no próximo biênio.


Aqui em Goiás, com uma renovação considerável, vários vereadores assumindo o novo cargo, e o prolongamento de vários mandatos. A posse teve suas peculiaridades. A articulação em torno de reconduzir Jardel Sebba (PSDB) à presidência não encontrou nenhuma resistência. 


A oposição, representada em discurso por Luis César Bueno (PT), falou com tom ideológico, de se fazer oposição com responsabilidade, apoiar todas as pautas que não confronte as bandeiras dos partidos. Tudo com aquela pinta de dúvida de que na prática irá funcionar, principalmente por ser um discurso falho em gramática, literatura, terminando com as enfadonhas citações, no caso, da clássica música "Caçador de Mim."


Já a situação, em claro domínio, estava a ria à toa. As promessas de crescimento, gestão de modernidade, deixavam claro a afinidade com o governo, o que já acontecia desde o mandato passado, com o governador ainda no senado, vide caso da votação do empréstimo à CELG.


No Congresso Nacional, a terça parte de renovação não foi tão sentida, principalmente por reconduzir às presidências a raposa velha José Sarney (PMDB) no senado, e o petista Marco Maia na Câmara. Vários que escaparam dos processos do Ficha Limpa comemoravam os novos anos de poder.


Claro que a presença de Tiririca, Romário, dentre outros, causavam curiosidade. O humorista parece ter apanhado para aprender a votar, mas já passou por cima dessa limitação.  


Sandro Mabel, até então do PR, provocou mal estar em seu partido, no governo federal e em todos os goianos, ao bancar a todo custo sua candidatura à presidência, mesmo ameaçado de expulsão pela sigla, foi até o fim, saiu derrotado, e provou o gosto amargo de suas constantes trapalhadas em articulações políticas, visíveis nas últimas eleições em Goiás.


O ano começa com os reflexos naturais das eleições passadas, e apontando perspectivas para 2012. Caras novas figurando junto aos velhos personagens que tanto mancharam as casas legislativas nos últimos mandatos.