Blog do Paullo Di Castro


quinta-feira, 31 de março de 2011

Feliciano, Bulsonaro e a intolerância

Março termina de um jeito triste, em ambiente de intolerância e declarações extremamente infelizes. Dois políticos: um deputado com ligação direta com o período da ditadura, uma verdadeira "viúva" do período que a história tanto encobriu nos regimes militares. O outro, além de deputado, pastor evangélico, bastante influente em uma grande rede de igrejas pentencostais, e que usou o twitter pra despejar um contexto histórico e bíblico equivocado, com irresponsabilidade e falta de tato.

Nessa reflexão não quero destacar temas polêmicos e extensos como racismo, preconceito, formação dos povos, nem peculiaridades dos históricos dos dois personagens em questão. Isso já são coisas formadas na mente da maioria, mas sempre tem quem sofra lavagem cerebral, e influentes que usam os meios de comunicação das piores formas. Quero falar de um sentimento que combate tudo isso: amor.

Para mim, é muito intrínseca em nossa sociedade que todos os males sociais estão ligados à falta de amor das pessoas. O que se não ira, ódio, indiferença, inveja, dentre outros antagonistas do amor levam as pessoas a ter atitudes tão baixas, com o objetivo de diminuir os outros? E a formação de conceitos que denigrem ao nosso próximo também tem por base essas atitudes lamentáveis do ser humano.

Pra quem cresceu aprendendo sobre o cristianismo, rodeado por gente digna, guerreira, e de várias lições de humildade, se deixa levar por ganância, prepotência e orgulho que passam por cima de toda relação de respeito, de cuidado e boa convivência que podemos ter uns com os outros, sejam quem for.

Tanto o deputado Jair Bulsonaro (PP-RJ), como o deputado Pr. Marco Feliciano (PSC-SP), precisam resgatar princípios e valores que com certeza já lhes foram passados, medir mais suas palavras e usarem o mandato ao qual lhes foi confiado para servir a população, e não tratar qualquer grupo étnico, social ou outros minoritários com intolerância, ataques baratos e de predicados indesejados para qualquer indivíduo. Se não se redimirem verdadeiramente, que o eleitor os tire do Congresso Nacional e afaste de vez quem tanto nos envergonhou.

quinta-feira, 24 de março de 2011

TBC News em tempos de censura?

A novidade da vez em Goiás é a criação de um canal all news de TV pública no lugar do que hoje é a retransmissora da TV Cultura. A Televisão Brasil Central passaria então a ser um canal de notícias 24 horas, aos moldes da Globo News, Record News e Band News, mas com prioridade para a cobertura de Goiás.

Sem dúvidas os benefícios são grandes, Goiás é carente de produção jornalística em determinados horários, e a TBC, como informativo do governo sofre com a carência de espaço na grade da Cultura, antes do Jornal Brasil Central 2ª edição que era apresentado por Paulo Beringhs, e antes de toda aquela polêmica de seu pedido de demissão ao vivo, era o único jornal noturno local, em casos como o da queda do avião no Flamboyant, a cobertura sempre esfriava.

A perda da TV Cultura é significativa, visto a riqueza de sua programação, especialmente a infanto-juvenil, ao contrário do que oferecem as outras emissoras abertas. Mas os ganhos podem ser supridos por uma grade qualificada do novo canal. O diretor da empreitada é Marcos Vilas Boas, experiente jornalista goiano. Tem tudo para ter sucesso no novo desafio, em entrevista na rádio 730, segue algumas falas do que prometeu:

"90% dos programas da nova TBC serão locais e 100% dos programas serão jornalísticos;

"Da TV Cultura, queremos manter só o Roda Viva, os outros programas, não;

"Nova TBC não terá programas terceirizados, jornalistas com empresas não terão espaço na grade de programação"; 

"A intervenção do governo na imprensa, tanto estatal quanto privada, já acabou, não há censura nas redações, nem na TBC." 

Pegando o gancho da última fala, na tarde da última sexxta-feira,  um episódio de clara censura em plena Praça Cívica aconteceu com a equipe da TV UFG, que foi abordada por policiais militares, questionando o conteúdo da gravação, alegando que deveriam ser informados previamente sobre o mesmo, e que o vetariam em caso de ataques ao governo. 

E não foi só isso, a intimidação foi completa, encaminharam a repórter para uma sala no Palácio das Esmeraldas, ladeada somente de policiais, foi questionada sobre sua formação, sendo que era jornalista com diploma, além de ser indagada sobre uma autorização inconstitucional para realizar a gravação. Um ato de barbaridade feito por gente despreparada que não sabe uma das principais leis que regem seu país.

Isso não poderia ficar barato, e veio em resposta de uma carta de repúdio escrita pela competente professora Rosana Borges, diretora da TV UFG, disponível aqui. A resposta de Marconi Perillo veio logo, em carta ao reitor da UFG, prometeu apurar os fatos a fundo e cobrar de quem for punições cabíveis para os responsáveis. Atitude coerente do governador, assim como nos casos de nepotismo de sua equipe de governo.

Para concluir, um fato está separado do outro, mas como cidadãos só podemos esperar que um governo que ofereça um canal de comunicação para nos abastecer de notícias durante todo o dia não tenha segmentos que censurem a imprensa, seja privada ou estatal, que o episódio sirva de lição para não manchar ainda mais o nome de Goiás fora.

sexta-feira, 18 de março de 2011

Japão


Terra do Sol Nascente, o outro lado do mundo, o povo que come com pauzinhos, gente de olhinhos riscados, que sempre parecem um com o outro, assim como com os chineses, coreanos e adjacências, cultura milenar, arquitetura ímpar, artes marciais, tecnologia de ponta, especialmente em eletrônica.

Esse é um resumo da imagem que sempre tive do Japão em minha infância, uma terra marcada por esteriótipos, particularidades, e que despertava em todos grande curiosidade. Parecia um mundo muito diferente do nosso, trópico-ocidental, um universo paralelo, que servia pra nos apresentar um novo modo de vida, e com uma identidade cultural imensa.

Entre as características do Japão, destacavam-se a formação de ilhas, a geologia e o problema crítico do espaço, ou melhor, a falta dele, as placas tectônicas sob o país que volta e meia colidem provocando temores em diversas escalas. Isso acarretava em diversas catástrofes naturais, mas há muito tempo não tinha algo como o que tem acontecido nesse mês de março. A combinação de tsunami com terremotos, e possivelmente a que maior terá sequelas: o vazamento de energia nuclear.

Culpar a quem? Negligência do homem? Força da mãe natureza? Castigo de Deus? Obra do acaso? E o que isso arrumará do que foi estragado? E olha que estamos falando de um país que se reergueu de bombas nucleares, recomeçando praticamente do zero duas cidades devastadas aí sim, pela pura ganância e burrice humana.

Sim, os governantes e a sociedade terão que repensar o modelo de muitas coisas, desde o uso de energias renováveis, passando por habitação e segurança radioativa. A prevenção pode evitar novas possibilidades de tragédia, porém jamais serão suficientes para controlar toda (re)ação natural. As possibilidades sempre superarão a capacidade do homem de cuidar e se impor no meio ambiente.

O que você pode fazer pelo Japão? Muito pouco provavelmente, mas com certeza dará sua contribuição se simplesmente orar, pedir a Deus pelos milhares de desaparecidos, pelas famílias enlutadas, e por um recomeço, assim como foi a mais de sessenta anos atrás, resta-nos aprender mais uma vez uma grande lição dessa nação tão especial. Amanhã o sol nascerá outra vez!

sábado, 12 de março de 2011

Ceticismo

Nos últimos dias minha página do facebook se tornou um palco de intensa discussão sobre várias vertentes de fé, ciência, religião, ceticismo, e principalmente, conflitos entre o teísmo e o ateísmo. Acho impressionante essa pauta despertar tamanhos distanciamentos de idéias, baseado na formação cristã muitas vezes similares das pessoas, que mesmo se optam por não crer mais em Deus, tem enrraizada em sua educação princípios e valores que não cairão por uma mudança de pensamento.


Assuntos como esse tendo como palco a internet, pouco podem colaborar pra uma revisão de conceitos, mudança de perspectivas, e principalmente, humildade de se reconhecer a limitação de conhecimento em determinadas áreas. Quando se fala em algo macro na proporção de coisas como a formação do mundo, o cosmos, a terra e humanidade, toda cautela é pouca, e nada pode ser desprezado como uma falácia constituída.


Não ouso nesse desabafo me aprofundar em nenhuma questão dessa natureza, que exigem muito embasamento, dialética e posicionamentos por vezes ousados. Estou longe de me considerar um especialista, não tenho formação em nenhuma dessas áreas, mas também me acho um curioso longe de ser acomodado, que se apoia não só no que seria um simples apontamento como a fé para fugir de tais questões tão relevantes, mas em fontes históricas, científicas e na busca constante pelo conhecimento bíblico, o que faz parte de minha vida desde o princípio da mesma, e assim o será sempre, através da leitura diária das escrituras sagradas, a reciclagem constante do que ensinam líderes preparados, seja na igreja, ou fora dela.


Me sinto privilegiado por receber no colo tão boas literaturas e encaminhamentos para verdadeiras oportunidades de crescimento como indivíduo. E a melhor coisa disso é ser um insaciável, querer e buscar sempre mais. Fontes de todas as espécies brotam como água nos rios, mas pra matar a nossa sede, não podem ser descaracterizadas pelo homem, mas sim correr o seu curso natural, e jorrar em nós assim como nasceu, pura e sem máculas.


Não tenho dificuldades alguma de lidar com quem vai contra o que acredito, uma vez que haja respeito e abertura de espaço, sem zombarias, nem a famosa "trollagem" motivadas por quem só quer agitar e ser do contra. Uma coisa é  levantar questionamentos pertinentes, incomodar no sentido de buscar respostas sinceras e críticas, outra é fazer arruaça virtual, ir contra tudo e todos mesmo ignorando completamente quem é e o quanto já fez tal pessoa.


Obs: Tudo o que foi levantado aqui não foi recado nem indireta pra ninguém, mas uma simples reflexão, e um alerta a quanto se pode perder um contato ou mesmo destruir um relacionamento por simples trocas de palavras, não quero isso pra minha vida.