Blog do Paullo Di Castro


quarta-feira, 27 de abril de 2011

Imprensa Esportiva de mal a pior

"Meus amigos, minha gente!" "Um abraço do tamanho do Brasil" "É isso aí, muito obrigado, e até lá!" Eram com essas e outras frases, replicadas e originais, que Jorge Kajuru entrava no rádio para o seu comentário que "parava a cidade." De segunda a sexta, ao meio dia, na outrora folclórica rádio K do Brasil, hoje 730 AM. Não tinha como não lembrar desse ícone do jornalismo esportivo com um fio de saudade, após episódios protagonizados por gente da crônica esportiva goiana nessa última terça.

No programa Debates Esportivos, dessa emissora, na hora do almoço, houve troca de acusações e exaltações de dois profissionais, o comentarista e ex-atacante esmeraldino Cláudio Rabello de Castro (Cacau) e o jovem comentarista Bruno Brasil, recém chegado à emissora. Bruno acusou o então colega de "mamar nas tetas" do Goiás, e de seu presidente, Hailé Pinheiro, no que foi retrucado asperamente. O programa foi interrompido, indo para os comerciais e voltando depois com Amauri Grarcia no comando, literalmente cobrindo buraco.

O diretor geral da emissora, Carlos Bueno, anunciou oficialmente nessa quarta-feira que os comentaristas Cacau e Bruno Brasil não fazem mais parte da rádio: "A emissora tomou a decisão pela demissão dos dois profissionais"  e pra completar, pediu desculpas, e justificou a atitude "para que seja mantida a ordem dentro da casa, em respeito ao nosso ouvinte, e o mesmo não fique constrangido". O âncora Ronair Mendes negou em seguida que não chegaram às vias de fato, ninguém atingiu ninguém e todos mantém o respeito e a amizade com os ex-colegas.

Aprovo a atitude da rádio, foi de coerência com sua história e com o ouvinte. Tolerância com atitudes assim só podem prejudicar o papel social e informativo desse veículo, que tanto já fez pela comunicação em nosso estado. Difícil para o torcedor, ávido por conhecer da realidade de seu time, e espera dos comunicadores que transmitam isso com o compromisso da verdade e o foco na relevância do produto que trabalham. Desavenças pessoais devem ser resolvidas fora dos microfones, e poupar o ouvinte de baixarias.

Outro episódo no mesmo dia foi protagonizado por Lucilene Caetano, que teve seus 15 minutos de fama nacionais ao ser musa do Goiás no Caldeirão do Hulk, depois disso foi tentar a vida artística no Rio de Janeiro, voltando sempre pra Goiânia pra desfrutar da visibilidade que tem aqui. Começou a pouco a participar da Equipe do Mané, na TBC, e estava fazendo reportagem no Vila Nova, quando escreveu no Twitter: "Eles acham q vencem o GOIAS no proximo domingo. Classico em q "vilanaovence" a mto tempo. #oqacham?" É desnecessário comentar o tamanho da falta de ética, de profissionalismo e demais consequências desse infeliz comentário. Foi expulsa merecidamente do clube.

Saudosismo não leva a muita coisa, mas dá saudades de outros tempo no rádio em que as pessoas se respeitavam mais e agiam com menos impulso, paixão e desequilíbrio. Reconheço que existem bons valores na nova geração da imprensa que cobre esportes em Goiás, mas sempre tem os indivíduos e fatos que desanimam profundamente, como ásperas discussões entre colegas no ar, seja no rádio ou na TV, lendas de agressões físicas, de negociatas com os clubes, de apadrinhamento de famílias e influentes, que tomam conta de um espaço carente de isenção, competência e seriedade. Já não basta aguentar o desprezo, prepotência e mesquinharia da imprensa do Rio e de São Paulo, ao menos em Goiás precisamos de gente comprometida com o nosso esporte.

domingo, 24 de abril de 2011

Pelo que procuras?


Ovos de chocolate, coelhinhos? É por tão pouco que paramos 4 dias por ano? Mas poxa vida: Não faz sentido! Como diria dois vlogueiros bem famosos no Brasil. Fora o apelo comercial, o período de engorda, tradições culturais e de brincadeiras podem até ter seu valor, mas com certeza não o valor do real significado desse período, ensinado na Bíblia Sagrada.

Em um domingo de Páscoa, fico imaginando como devia ser viver os dias da morte e ressurreição de Jesus. Provavelmente eu seria mais um fraco de abandoná-lo na hora do aperto, e mais um surpreso por vê-lo novamente após todos o darem como morto. Mas naquele domingo em especial, não consigo nem cogitar o sentimento que seus discípulos e amigos tiveram ao ver Jesus novamente, vivo, em carne e osso, e fazendo sentido a tudo o que havia ensinado.

Imagina ir visitar o túmulo de Jesus, encontrar a pedra que o fecha fora do lugar, e ainda ouvir algo como "Por que vocês estão procurando entre os mortos aquele que vive? ” Não podia ter surpresa maior e melhor! Tudo aquilo que foi frustrado, toda a falta de referencial, todo o norte que foi perdido, agora já não existe mais, porque Cristo está vivo! Todo o sacrifício, a humilhação, a dor de três dias atrás, agora estavam mais que recompensados.

Em um domingo como esse, mais de 2000 anos atrás, uma nova perspectiva nascia para a humanidade, se completava todo o sentido de Deus ter vindo como homem, habitado entre nós, sofrido nossas limitações, e ter deixado um modelo de vida puro, doce, de aceitação total ao próximo. São tantas lições, desafios para seguir esse padrão tão alto, mas acessível, mesmo com nossa natureza depravada, falível e tão limitada.

Não sei o que mais impressiona: Jesus se entregar e sofrer por nossos pecados, pagando esse altíssimo preço em nosso lugar, ou o fato dele ter vencido a morte, voltado para nos dar a vida, e deixar o Espírito Santo como Consolador. Ambos são provas de amor que não mediremos o tamanho jamais, nunca teremos como agradecer, a não ser adorá-lo e compartilhar essa maravilha com os demais.

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Até quando?


O aumento do preço nas bombas dos combustíveis nas últimas semanas é o motivo maior de dor de cabeça dos goianos, em pleno período de declaração de Imposto de Renda, de promessas não cumpridas de campanha (quem falou que iria reduzir o ICMS nas eleições e fez exatamente o contrário quando sentou na cadeira maior do Palácio das Esmeraldas?), estradas esburacadas, impostos superfaturados, transporte coletivo defasado (motivo que não o faz querer largar a condução própria), o maior ônus para a preocupação do consumidor é a viabilidade de abastecer seu veículo.
 
E a culpa é de quem? Motivos são apontados aleatoriamente, falam do o costumeiro período entressafra, pós-chuvas, falta de um componente de etanol anitro, a crise sem a mesma produção da matéria-prima, aí o efeito cascata fica montado: dos usineiros para as distribuidoras, das distribuidoras para os postos de combustível, e da bomba para o bolso do contribuinte, como sempre a maior vítima.

E como o maior atingido pode se manifestar? Em Natal, arrumaram um interessante jeito: Abastecer por 10, 50 centavos, ou outro valor baixo assim, e ainda pedir o cupom fiscal, para que a emissão do mesmo traga prejuízo aos postos. Nas redes sociais, a mobilização é de menor efeito, mas já traz informação e conscientização para o crime que estão cometendo para com o cidadão.

Como a Petrobrás, empresa que por tantos anos foi a menina dos olhos do Brasil, sempre em destaque nos investimentos da Bolsa de Valores, pode repassar em tão pouco tempo um aumento tão abusivo para o seu consumidor que lhe dá a maior parte de sua renda? Se pegarmos o faturamento da mesma em 2010, não cabe a idéia de que uma suposta crise na produção a tenha forçado a reajustes dessa natureza.

Não ser bem atendido dignamente no transporte público, não ter espaço apropriado para o uso de bicicletas, não ter incentivo algum para o não-uso do transporte individual, e o pior: em plena véspera de feriado, ver nos postos de gasolina um aumento no meio do dia, sem aviso prévio, outro aumento abusivo. 

Todo esse cenário não tem explicação plausível, quem está faturando com isso, seja governante, cartel de cadeia produtiva, ou quem quer que seja, oxalá que um dia pague caro pelo que agora todos pagam caro.

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Eu acredito no amor!

Eu acredito no amor!
Aquele que vence barreiras
mesmo em meio à dor.
Acredito no que se entrega
sem cobrar nada em troca;
não corrompe, nem se cega
mas consegue abrir portas.

Tenho nesse sentimento
de convivências equilibradas,
vivendo intensamente o momento,
mas perpetuando as relações;
aceitando as diferenças
e aliando os corações.

Aumenta a esperança
de novos horizontes.
Descortinando a lembrança
do mais puro dos desejos;
seja em palavras, abraços, olhares
ou esperados beijos.

Quero boas expectativas
para frutificar a paz;
pra celebrar as conquistas
no ágape, fileo e eros;
firmados na , na esperança, e principalmente:
No AMOR!

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Comemorar o quê?


O 7 de abril foi a data escolhida para a comemoração do Dia do Jornalista no Brasil, em homenagem ao ítalo-brasileiro João Batista Líbero Badaró, morto por perseguição política durante uma marcha estudantil em São Paulo, nessa mesma data em 1830. Pra quem buscava inspiração na Revolução Francesa, a dura realidade brasileira da época o fez pagar com a vida o que defendia de corpo e alma.

De lá pra cá, passando pela Ditadura Militar, período em que centenas de jornalistas foram mortos e torturados, não houve mudanças significativas com o tratamento, vide o conceito e a prática de democracia em nosso país, ainda vemos atitudes de coronelismo, especuladores e o poderio econômico confrontando a liberdade do jornalista, privando-o muitas vezes de fazer seu trabalho da maneira qualificada como se preparou.

O maior tiro na espinha foi dado dois anos atrás pelo então presidente do STF, Gilmar Mendes, que sentenciou, com a cumplicidade de seus colegas, a queda da obrigatoriedade do diploma para o exercício do jornalismo. Depois disso, realmente é difícil comemorar alguma coisa. O uso de registro precário para os antigos profissionais não impedia a valorização da formação, da ética de quem estuda quatro anos na academia, assunto que já chovi no molhado nesse espaço.

A desilusão do ofício pode ser explicada no confronto com a realidade dura do mercado, com baixo piso salarial, as jornadas estressantes, o ingrato deadline, o mal trato de algumas fontes, da hierarquia superior, muitas vezes composta por gente que não sabe nada de comunicação. Fatores esses que desanimam o profissional que idealizou um mar aberto de oportunidades, um certo glamour, e viu a duras penas que essa faixada era muito superficial.

O que ainda motiva os corajosos dessa categoria a prosseguir? Nada, se não a paixão, a vontade de mudar as coisas, mesmo em meio a muitos desabafos (as redes sociais que o digam, além de serem ferramentas poderosas para o trabalho), podem reclamar, e reclamar, e reclamar, mas ali dentro ainda existe uma chama pronta a fazer a diferença, trabalhar a informação de modo que chegue ao público como um produto de alta função social.

Apesar dos pesares, feliz Dia do Jornalista!