Blog do Paullo Di Castro


segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Feitos um para o outro, e ambos para o poder!


Na história vemos algumas duplas que causam ojeriza no cidadão de bem, mais recentemente temos George Bush e Colin Powell, que comandaram a maior potência do mundo em anos de ofensiva a países do Oriente Médio, derrubando ditadores, mas passando por cima do que quer que fosse obstáculo, inclusive civis. Agora, em gravidade menor, vemos outra tabelinha perigosa se concretizar no futebol brasileiro, o rei absoluto Ricardo Teixeira acaba de nomear como príncipe herdeiro o presidente do Corinthians, Andrés Sanches. Sujo com o mal lavado.

A união que começou oculta, transpareceu ano passado, com o cargo dado ao corinthiano de chefe da delegação brasileira na Copa, o que antes era comum a presidente de Federações, não de clubes. Tiveram inúmeros conchavos ao longo do ano, agora chegou ao ponto real de escancarar-se uma das mais instigantes parcerias na entidade máxima do futebol. Em 25 anos no poder, Teixeira nunca havia aproximado tanto outro mandatário para o seu lado.

Agora com 20 dias pra deixar o comando do Corinthias, após 4 anos de muitas polêmicas, principalmente no caso Itaquerão, Sanches ganha o cargo inventado de Diretor de Seleções, tendo o controle absoluto desde o sub-15 até a principal, inclusive dando a palavra sobre os treinadores. Um cartola fazer isso no clube é normal, agora na seleção? Isso competia até então a ex-jogadores e treinadores com vivência em campo, o corinthiano tem perfil pra isso?

Não é uma questão de perfil, claramente a aliança política leva inúmero benefícios pra ambos, como já foi com a construção do novo estádio, na manobra gigante pra tirar a sede da Copa do Morumbi. E olha que Sanches já é treinado para ser postulante, afinal, entrou no lugar de Alberto Dualibi, outro mandatário que criou raízes no comando do alvinegro paulista. Agora na CBF, tudo indica prepara-se para assumir o cargo de Teixeira após a Copa de 2014, quando conseguirão grandes objetivos pessoais. A falta de caráter de Teixeira o Brasil já conhece, como se observa na brilhate reportagem da revista Piauí, e agora, alguém duvida que Andrés Sanches é farinha do mesmo saco?

Não importa o clube que ele dirige hoje, a facilitação conseguida nas negociatas mostram as intenções dos caciques do futebol brasileiro. Vale lembrar que Andrés também articulou com vigor retirar o controle do Clube dos 13 e negociar com a Globo livremente os pacotes de transmissão. O campeonato brasileiro está nas mãos do Corinthians, porém o título é um mero detalhe para o final do mandato de seu presidente, ele já conseguiu muito mais que um grande ambicioso pode almejar.

terça-feira, 8 de novembro de 2011

"Eu presto atenção no que eles dizem, mas eles não dizem nada!"

Ocupou lugar de destaque nos noticiários nos últimos dias, capítulos tristes de conflitos entre alunos da maior Universidade pública do Brasil, a USP, contra a reitoria, a polícia, o governo, uma mistura de segmentos organizados e de aproveitadores em todas as esferas. Violência se confundia nos propósitos e abordagens. A ocupação da reitoria que terminou na prisão de 70 alunos nessa terça-feira deixou uma pergunta, por que causa realmente eles lutavam?

Três estudantes de Geografia pegos fumando maconha no estacionamento, realmente não aparenta ser o agravante de toda essa balbúrdia, mas levantou alguns pontos relevantes. A presença da Polícia Militar no Campus se faz necessária. Imagine uma cidade universitária do porte da USP, com seus milhares de alunos circulando o dia todo, gente de várias índoles. Mesmo sendo uma elite acadêmica, a aglomeração dessa proporção sem um controle razoável de segurança é mais que imprudente.

O fator de droga ilícita é um buraco mais fundo. Todos sabem da presença dela nos corredores, bares, bosques, e vários ambientes dentro e nos arredores de uma Universidade. O ato de uma autoridade flagrar o consumo, nada mais é que o cumprir a lei do nosso país, que não dá direito a um chilique, muito menos a uma manifestação que ocupe a reitoria e paralise várias atividades. Abuso da polícia ao meu ver não existiu, mas continua sendo um ponto delicado a abordagem e repreensão dentro de um ambiente de ensino. Exige-se investimento e muito preparo das autoridades.

A representatividade de movimentos estudantis hoje é uma piada. Não entrando no mérito da UNE, acomodadíssima nos anos que o PT ocupa a presidência, me lembra de um exemplo prático relatado em uma reportagem da revista Piauí de outubro. O ministro da Educação, Fernando Haddad, estava em Curitiba, saindo de uma reunião a caminho de pegar um avião para Porto Alegre. Vários estudantes o abordaram, agrediram o veículo. Questionado sobre as reivindicações, e quem era a liderança do "protesto", não houve resposta concreta, tudo era vazio e sem propósito. Isso é militância pela educação?

Triste ver a que ponto chega um movimento tão vazio ideologicamente e sem fundamentos conscistentes. Os desafios enormes que já passam a educação no país em seus níveis básicos, ainda precisa voltar os olhos para um monte de mentes que já deveriam ter criado juízo a muito tempo, e aparecem em mídia nacional da forma mais exdrúxula, lutando pelo nada, que em nada irá beneficiar a eles mesmos. Depredando patrimônio público, feito para eles usufruírem, com certeza não se produzirá ações que atendam a um pseudo interesse de uma minoria.